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EUA fecham agosto com 53 mortos em massacres com armas de fogo

Atirador matou 7 e feriu 22 em ataque a tiros realizado no sábado em uma rodovia do Texas; foi o segundo assassinato em massa no Estado no mês e o 38º em território americano desde janeiro

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Por Redação
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ODESSA, EUA - O mês terminou como começou nos EUA: com tiros, massacres e um debate sem fim sobre restrições à venda de armas. Neste domingo, 1, o número de vítimas de um ataque a tiros realizado no sábado, no Texas, subiu para 7. Em agosto, autoridades americanas contabilizaram 53 assassinatos em massacres semelhantes em todo o país.

O veículo dos correios roubado pelo atiradorSeth Aaron Ator, de 36 anos, morto pela polícia após atirar em mais de 20 pessoas, matando 7, na cidade de Odessa, Texas Foto: Sue Ogrocki/AP Photo

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O último episódio ocorreu em uma rodovia do Estado do Texas, entre as cidades de Odessa e Midland. No sábado, as primeiras informações indicavam que cinco pessoas, incluindo o atirador, haviam sido assassinadas.

O atirador foi identificado pela polícia como Seth Aaron Ator, de 36 anos, residente de Odessa. Ele foi parado pelos policiais em uma blitz e começou a fugir.

Em seguida, Seth roubou um carro do Serviço Postal americano e começou a atirar com um rifle, indiscriminadamente, em quem estava no caminho. A situação só foi contida após ele ser cercado pela polícia no estacionamento de um complexo de cinemas de Odessa. O motivo do ataque ainda está sendo investigado.

O termo “assassinato em massa” é definido pelo Departamento de Justiça dos EUA como “três ou mais assassinatos em um único episódio, excluindo a morte do atirador”. O ataque do fim de semana no Texas foi o 38.º deste tipo no ano em todo o país.

Epidemia

De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês), 40 mil pessoas morreram vítimas de armas de fogo nos EUA em 2017. Quase 60% das mortes ocorre em suicídios. Em 2017, 47 mil pessoas tiraram a própria vida nos EUA, das quais 23,8 mil usaram uma arma de fogo.

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Os homicídios representam um terço do total de assassinatos, aproximadamente, dos quais um número irrelevante, menos de 1%, é registrado em “assassinatos em massa”.

Os números da violência nos EUA representam um índice de 12 assassinatos para cada 100 mil habitantes. Parece pouco perto da realidade brasileira. Em 2017, segundo o Atlas da Violência, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil atingiu pela primeira vez o patamar de 31,6 homicídios por 100 mil habitantes.

Na Venezuela, a situação é ainda mais dramática. O país é o mais violento da América Latina, com 81,4 homicídios por cada 100 mil habitantes, segundo dados do Observatório Venezuelano de Violência.

No entanto, de acordo com estudo recente publicado pelo Jornal da Associação Médica Americana, os dados dos EUA são catastróficos quando comparados com outras potências centrais – o número de assassinatos por cada 100 mil habitantes é de 0,2, no Japão; de 0,3, no Reino Unido; de 0,9, na Alemanha; e de 2,1, no Canadá.

Controle

Sempre que um novo massacre é noticiado nos EUA, as forças políticas se movimentam entorno do debate sobre a restrição da venda de armas, seja por meio da criação de um registro geral de compradores ou da proibição de armamento pesado.

O argumento usado pela Associação Nacional do Rifle (NRA) é o de que as armas seriam uma ferramenta de dissuasão e evitariam assassinatos em massa como o que ocorreu na escola primária de Sandy Hook, em 2012, na cidade de Newtown, em Connecticut, um dos Estados onde o controle sobre a venda de armas é mais restrito.

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O mesmo discurso, no entanto, tem mais dificuldades para se adaptar ao Texas, onde o controle é mais frouxo. Em agosto, dois dos piores assassinatos em massa dos EUA no ano aconteceram no Estado. O primeiro em El Paso, no dia 3, quando 22 pessoas morreram. O segundo no fim de semana, em Odessa, que deixou 7 mortos. / REUTERS, NYT e AP

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