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EUA, França e Reino Unido querem Otan com papel 'fundamental' na Líbia

Chefe da aliança anuncia que Otan irá fiscalizar embargo de armas, atuando contra a Líbia pela 1ª vez desde o início da crise.

Por BBC Brasil
Atualização:

A Otan deve começar a patrulhar o Mediterrâneo Os líderes de Estados Unidos, Grã-Bretanha e França chegaram nesta terça-feira a um consenso de que a Otan deve passar a desempenhar um "papel fundamental" nas operações na Líbia, no mesmo dia em que a aliança militar anunciou o início de sua participação na ofensiva. O presidente americano, Barack Obama, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o premiê britânico, David Cameron, discutiram o tema durante uma conferência telefônica, disse o correspondente da BBC Mark Mardell, que viaja juntamente com Obama durante seu giro pela América Latina. Ainda não há indicação de quando a Otan teria um papel mais importante nos ataques contra a Líbia que, no momento, vem sendo conduzidas por uma coalizão formada por Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Canadá e Itália. Em Bruxelas, o secretário-geral da entidade, Anders Fogh Rasmussen, anunciou que a Otan passará a fiscalizar o embargo de armas imposto à Líbia, mobilizando "navios e aviões no Mediterrâneo central" para "monitorar, relatar e, se necessário, interditar embarcações suspeitas de carregar ilegalmente armas ou mercenários". Esta deve ser a primeira missão da Otan na Líbia desde o início da crise no país. Segundo o correspondente da BBC em Bruxelas Chris Morris, alguns países da Otan mantêm ressalvas à participação da aliança na ofensiva contra a Líbia. A Turquia, por exemplo, quer que a missão da Otan seja primeiro claramente definida, enquanto que a França vêm resistindo a uma possível liderança da Otan, argumentando que países árabes não aceitariam isso, disse Morris. Enfraquecimento Também nesta terça-feira, militares americanos disseram que as forças pró-Khadafi foram enfraquecidas pelas ações para impor a zona de exclusão aérea. O comandante das forças dos EUA que participam da ofensiva na Líbia, almirante Samuel Locklear, disse que o que sobrou da Força Aérea líbia não deve representar um problema para os voos da coalizão. Locklear disse que as forças governistas foram impedidas de chegar a cidades controladas por rebeldes como Benghazi, mas não deixaram as cidades de Misrata, Ajdabiya, Zitan e Yafran, onde teriam continuado a atacar civis. Um médico morador de Misrata disse à BBC que pelo menos 22 pessoas morreram e cem ficaram feridas após uma noite de pesados ataques das forças de Khadafi. A rede de TV Al-Jazeera afirmou que um dos principais comandantes do líder líbio, Husayn Al-Warfalli, foi morto em operações da coalizão nas proximidades da capital líbia, Trípoli. Oposição Ainda nesta terça-feira, Rússia e Estados Unidos manifestaram opiniões conflitantes sobre as operações na Líbia. Após encontro em Moscou com o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, o presidente russo, Dmitry Medvedev, acusou a coalizão de bombardeios "indiscriminados". O americano, por sua vez, lamentou alguns russos terem acreditado em "mentiras" de Khadafi. Referindo-se a oposição russa, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que "apesar de alguns países terem se abstido, uma vez que (uma resolução) é adotada, todos os países das Nações Unidas têm a obrigação de cooperar integralmente para a implementação da resolução". Outros países emergentes como China, Índia e Brasil vêm criticando a campanha militar na Líbia e pedindo um cessar-fogo. Khadafi está no poder na Líbia há mais de 40 anos. Um levante contra ele começou no mês passado em meio a uma onda de revoltas em países árabes ou muçulmanos que já provocou as renúncias dos presidentes da Tunísia e do Egito. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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