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EUA garantem ter recebido apoio da Otan à ação contra Iraque

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário da Defesa dos EUA, Donald H. Rumsfeld, expressou satisfação hoje pelo que descreveu como o crescente apoio nos bastidores da Otan ao tratamento dispensado por Washington ao Iraque. Apesar da declaração otimista, ainda existem profundas diferenças entre alguns aliados sobre como lidar com o presidente Saddam Hussein. Disputas públicas sobre a questão levaram o secretário-geral da Otan, George Robertson, a advertir que forças hostis lucrarão com uma divisão entre os aliados. "Existe um enorme prêmio com a unidade da aliança, especialmente nesses tempos perigosos", afirmou Robertson depois de a crise iraquiana ter ofuscado um encontro de ministros da Defesa da Otan, em Varsóvia. "Os inimigos da aliança estão observando muito atentamente". Rumsfeld disse que os EUA não foram ao encontro de dois dias a fim de pressionar os aliados a apoiarem uma ação militar. Ele insistiu que o presidente George W. Bush não decidiu sobre o lançamento de um ataque e ainda está trabalhando com as Nações Unidas em busca de uma solução. Entretanto, depois de ele e o vice-diretor da CIA John McLaughlin terem informado ministros da Defesa da Otan na terça-feira sobre a gravidade da ameaça, Rumsfeld disse que várias nações já haviam expressado apoio. "Eu não estava lá. pedindo apoio", garantiu Rumsfeld. "Você pergunta se ocorreu de (o apoio) surgir sem ser pedido, e a resposta é ´sim´". Para ele, a nota para o encontro da Otan é "muito, muito alta, entre nove e 10". O secretário da Defesa britânico, Geoff Hoon, apresentou aos ministros o dossiê de evidências contra Saddam, que o primeiro-ministro Tony Blair divulgou terça-feira em Londres. Hoon afirmou que o relatório britânico e o encontro confidencial com os norte-americanos convenceram alguns aliados para o nível da ameaça. "É claro que houve muitos elementos apresentados no encontro que os colegas não estavam conscientes", disse. Itália, Espanha e Polônia, firmes aliados dos norte-americanos como a Grã-Bretanha, parecem apoiar uma linha dura. Em Roma, o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, comparou Saddam a Adolf Hitler e pediu às Nações Unidas para aprovarem uma "nova, enfática, precisa e exigente" resolução sobre o Iraque que autorize o uso da força caso Bagdá não a cumpra. Entretanto, nem todos foram convencidos pelas ações anglo-americanas por uma nova resolução da ONU. "Ainda estou com minha antiga posição", disse o ministro da Defesa alemão, o ministro da Defesa alemão, Peter Struck. "Uma solução política tem prioridade sobre uma intervenção militar, e tenho a impressão de que existe uma crescente concordância com nossa posição". A França também expressou preocupação com a legalidade de um ataque preventivo ou o risco de se inflamar um sentimento antiocidental no mundo árabe.

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