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EUA impõem novas sanções contra a Síria

Sanções são direcionadas a três altas autoridades sírias e à agência de inteligência do país.

Por Alessandra Corrêa
Atualização:

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou nesta sexta-feira uma ordem executiva impondo novas sanções contra a Síria, em razão da violência usada para reprimir protestos no país. As novas sanções são direcionadas a três altas autoridades sírias e à agência de inteligência do país. A mesma ordem impõe sanções à Guarda Revolucionária do Irã. Segundo a Casa Branca, as pessoas incluídas nas sanções são "responsáveis por abusos de direitos humanos, inclusive pelo uso de violência contra civis". Na ordem, Obama diz que os abusos cometidos pelo governo da Síria representam uma "ameaça extraordinária e excepcional à segurança nacional, política externa e economia dos EUA". Os indivíduos afetados terão seus bens e ativos nos Estados Unidos congelados. Além disso, americanos ficam proibidos de fazer negócios com eles. Ativistas calculam que cerca de 500 pessoas tenham morrido desde o início dos protestos contra o governo da Síria, em março. Não há, porém, informações independentes sobre o número de mortos. Autoridades As novas sanções afetam Mahir Al-Assad, irmão do presidente Bashar Al-Assad e comandante da divisão do Exército sírio responsável pela repressão contra manifestantes da cidade de Deraa (sul do país), onde há relatos de dezenas de mortes nos últimos dias. Também estão incluídos Atif Najib, primo do presidente e chefe do órgão de segurança política, e Ali Mamluk, diretor da Direção Geral de Inteligência da Síria. A agência de inteligência síria, também atingida, "esteve envolvida nas ações do regime sírio em Deraa, onde manifestantes foram mortos por serviços de segurança", de acordo com a Casa Branca. A elite de operações internacionais da Guarda Revolucionária do Irã, a Força Quds, foi incluída nas sanções por, segundo o governo americano, "fornecer material para apoiar o governo sírio" na repressão aos protestos. Outras sanções As medidas anunciadas nesta sexta-feira se somam a uma série de sanções já aplicadas pelos Estados Unidos contra a Síria. Desde 2004, está proibida a exportação para a Síria de produtos que contenham mais de 10% de componentes manufaturados americanos. Em 2006, foram aplicadas restrições específicas contra o Banco Comercial da Síria. Há ainda sanções impedindo que determinados cidadãos e entidades da Síria tenham acesso ao sistema financeiro americano, por suspeita de que tenham participação em atividades de proliferação de armas de destruição em massa, sejam associadas à rede Al-Qaeda e ao grupo Talebã ou participem de atividades com o objetivo de desestabilizar o Iraque e o Líbano. Ao anunciar as novas sanções, a Casa Branca disse que os Estados Unidos "condenam firmemente o contínuo uso de violência e intimidação por parte do governo da Síria contra a população". As manifestações contra o governo de Bashar al-Assad prosseguiram nesta sexta-feira, com milhares de manifestantes nas ruas de Deraa, da capital, Damasco, e de outras cidades. Segundo ativistas de direitos humanos, apenas nesta sexta-feira mais de 40 manifestantes foram mortos no país. Muitos dos mortos teriam sido alvejados por forças de segurança quando tentavam chegar a Deraa. A cidade, no sul do país, é um dos principais focos dos protestos e desde segunda-feira está ocupada por tanques e tropas do Exército. Em uma reunião em Genebra, o Conselho de Direitos Humanos da ONU condenou o governo sírio pelo uso de violência durante as seis semanas de protestos. O conselho também decidiu pedir que uma missão da ONU vá à Síria investigar as mortes de manifestantes. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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