EUA impuseram o veto mais recente na ONU

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O veto mais recente a uma resolução do Conselho de Segurança (CS) da ONU foi imposto pelos Estados Unidos três meses atrás, impedindo que o CS condenasse formalmente o assassinato de funcionários das Nações Unidas por soldados israelenses, e a destruição de um armazém da ONU cheio de alimentos para os palestinos. Em comparação, a França usou seu poder de veto pela última vez em 1976, numa questão envolvendo a nação africana de Comoros. O poder de veto, mantido pelo clube exclusivo dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Dos 15 membros do CS, o veto é prerrogativa dos EUA, França, China, Reino Unido e Rússia. Nos 58 anos de existência das Nações Unidas, a União Soviética foi o país que mais vezes se valeu desse poder, tendo exercido o veto 117 vezes. Os EUA vêm em segundo, com 73. Desde que a URSS se desintegrou, no entanto, os Estados Unidos vêm liderando em número de vetos, muitos favorecendo Israel. A palavra ?veto?, no entanto, não consta da Carta das Nações Unidas. A questão é tratada, no texto oficial, da seguinte forma: ?Decisões do Conselho de Segurança ... serão tomadas pelo voto afirmativo de nove membros, incluindo os votos favoráveis dos membros permanentes?. Existe, no entanto, uma forma de contornar um veto do CS: a resolução ?unidos pela paz?, aprovada em 1950 para impedir a invasão da Coréia do Sul pelo Norte, permite que a Assembléia Geral da ONU (onde todos os países membros têm direito a voto e não há vetos) intervenha nos casos de ameaça à paz mundial em que o Conselho de Segurança se mostre incapaz de agir. Raramente usada, essa resolução foi lembrada hoje por ex-diplomatas. ?Durante a invasão da Coréia, fomos espertos o bastante para perceber que um veto viria, provavelmente, da União Soviética?, disse o ex-enviado americano William J. vanden Heuvel. Ele se opõe aos planos de Bush para o Iraque, e sugeriu que ainda existe ?a opção de ir imediatamente à Assembléia Geral e pôr a questão em votação para todo o mundo?.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.