
10 de junho de 2011 | 00h00
Em sabatina no Comitê de Serviços Militares do Senado, o futuro secretário da Defesa e atual diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), Leon Panetta, confirmou o início da retirada de parte das tropas em julho. Mas condicionou o número de soldados a serem deslocados à situação no campo de batalha.
Principal condutor do plano americano que levou à morte de Osama bin Laden, líder máximo da Al-Qaeda, Panetta insistiu ontem que ainda há o risco de ataques da organização terrorista. Para ele, o objetivo dos EUA deve ser impedir que a Al-Qaeda mantenha o Afeganistão como seu "paraíso".
Em Bruxelas, na reunião de ministros dos países da Otan, o secretário de Defesa americano, Robert Gates, argumentou que os ganhos obtidos no combate à Al-Qaeda e ao Taleban no Afeganistão podem ser anulados se não houver a transferência do comando às autoridades de Cabul.
"Mesmo que os EUA comecem a retirada no próximo mês, asseguro a meus colegas ministros (da Otan) que não haverá pressa de nossa parte. E esperamos o mesmo de nossos aliados", afirmou Gates.
Os EUA temem uma debandada das forças de outros 47 países depois da retirada dos primeiros americanos. Alegando altos custos, a Holanda retirou suas tropas em meados de 2010. O Canadá fará o mesmo neste ano.
Gates passará o comando do Pentágono a Panetta em julho, quando também será definido o número de soldados que partirão. A decisão competirá ao presidente Barack Obama. Ele pretendia iniciar uma retirada "significativa" em julho. Pelos planos de Obama, os EUA devem deixar totalmente o Afeganistão até 2014.
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