EUA investigam empresas que atuam em países sob sanção

Subsidiárias usam brechas legais para driblar embargo e manter contatos comerciais com 'patrocinadores do terror'

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Por WASHINGTON
Atualização:

A Securities and Exchange Comission (SEC, a comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos) pediu que ao menos 12 empresas tornem públicos seus negócios com Irã, Síria, Sudão e Cuba, países que, segundo o Departamento de Estado, são "patrocinadores do terrorismo". De acordo com o Financial Times, a lista inclui companhias como Sony, Caterpillar e American Express. A notificação faz parte de uma investigação da SEC para determinar se essas empresas apresentam risco para investidores, segundo o jornal. As respostas, acredita o governo americano, mostrarão como as vendas para países sob sanções encolheram. O Departamento do Tesouro também quer saber como essas empresas ainda mantêm negócios com regimes sob embargo, principalmente Irã e Síria. Membros do Congresso americano estão preocupados com uma brecha legislativa que permite a atuação de subsidiárias de empresas americanas em países sob sanções, desde que não empreguem cidadãos americanos e operem com independência da matriz. No mês passado, o deputado democrata Howard Bwerman, da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes queixou-se de que esse atalho legal prejudica a política de sanções. "A ideia de a subsidiária de uma empresa americana poder fazer negócios que são proibidos nos Estados Unidos atrapalha nossos esforços de impedir o Irã de obter armas nucleares", disse à época. O Irã já foi submetido a três rodadas de sanções no Conselho de Segurança da ONU por causa de seu programa nuclear. Para EUA, Israel e União Europeia, Teerã busca desenvolver armas nucleares, o que é desmentido pelo país persa. Após a divulgação de um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) com indícios de que as preocupações ocidentais têm fundamento, EUA, Grã-Bretanha e Canadá impuseram novas sanções ao setor financeiro e de energia do Irã.

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