EUA investigam seus soldados por massacre de família iraquiana

O exército abriu uma investigação criminal contra cinco soldados por denúncia de terem estuprado e depois matado uma jovem e três membros de sua família

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Por Agencia Estado
Atualização:

O exército dos Estados Unidos abriu uma investigação criminal contra cinco de seus soldados por denúncia de terem estuprado e depois matado uma jovem, e três membros de sua família, incinerando então o corpo da mulher. A ordem de investigação, feita pelo general James D. Thurman, comandante das forças da coalizão em Bagdá, informa apenas que os incidentes ocorreram em Mahmoudiya, ao sul de Bagdá. Não foi especificado quantos soldados teriam participado dos supostos crimes. "Será investigado tudo que possa ter ocorrido naquela noite. Não estamos divulgando detalhes da investigação em curso", disse o porta-voz americano major Todd Breasseale. "Não há indicação do que levou os soldados àquela casa. A investigação apenas começou", alegou. Entretanto, oficiais dos EUA próximos à investigação disseram que pelo menos um dos soldados, do 502º Regimento de Infantaria, admitiu participação nos fatos e foi preso. Dois soldados do mesmo regimento foram mortos este mês depois de terem sido seqüestrados num posto de checagem perto de Youssifiyah. O oficial, entretanto, disse que os soldados pertenciam ao mesmo pelotão dos militares mortos, cujos corpos foram mutilados. De acordo com ele, a mutilação dos corpos dos soldados alimentou sentimentos de culpa e pelo menos um deles admitiu em 22 de junho sua participação no estupro seguido de massacre ocorrido em março. Ao menos quatro outros foram obrigados a entregar suas armas e estão confinados na Base de Operação de Mahmoudiya, ao sul de Bagdá. Segundo o oficial, que exigiu anonimato, os assassinatos parecem não ter relação com os seqüestros. Todos os envolvidos tinham patente inferior à de sargento. Ainda de acordo com a fonte, altos oficiais estavam cientes do massacre, mas acreditavam tratar-se de um episódio de violência sectária, comum na cidade onde comunidades religiosas distintas vivem misturadas, e não de um crime perpetrado por militares americanos. O que teria ocorrido foi "crime de oportunidade", acredita o oficial. Os soldados não foram atacados por insurgentes, mas na verdade perceberam a jovem em patrulhas anteriores.

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