EUA lembram o 11 de setembro em estado de alerta

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Por Agencia Estado
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O governo americano pôs o país hoje em estado de alerta laranja - o segundo mais grave, que indica "alto risco de ataques terroristas" - por ter recebido do setor de inteligência evidências dignas de crédito sobre um possível atentado suicida contra interesses dos EUA, mais provavelmente no exterior, anunciou o secretário da Justiça, John Ashcroft. Centenas de cerimônias em todo o país e no exterior recordarão os mais de 3 mil mortos nos atentados terroristas de 11 de setembro contra o World Trade Center (WTC), o Pentágono e na Pensilvânia. No horário em que o primeiro avião se chocou contra o WTC, às 8h46 (9h46 de Brasília) haverá um minuto de silêncio em todo o país. Hoje, as medidas de segurança foram reforçadas nas bases militares e embaixadas americanas e em vários países onde interesses dos EUA poderiam se tornar alvos de militantes da rede terrorista Al-Qaeda. O secretário da Defesa (Pentágono), Donald Rumfeld, ordenou o posicionamento de mísseis ao redor de Washington para a defesa da cidade em caso de ataque. Nas ruas de Washington, porém, o clima hoje era de tranqüilidade e não havia um aparato de segurança ostensivo. As forças do país em Bahrein foram postas em alerta máximo e a Marinha advertiu para a possibilidade de a Al-Qaeda atacar petroleiros no Golfo Pérsico e no Chifre da África. Seis embaixadas americanas foram fechadas temporariamente na Ásia: as da Malásia, Indonésia, Paquistão, Vietnã, Camboja e Bahrein, segundo a TV CNN. Na Europa, as autoridades reforçaram as medidas de segurança principalmente nos aeroportos e em representações dos EUA. A preocupação é grande na Alemanha, país onde membros da Al-Qaeda planejaram os atentados de 11 de setembro, conforme revelam investigações de agentes de segurança americanos e alemães. Além disso, nos últimos dias a conselheira de Segurança Nacional dos EUA, Condoleezza Rice, advertiu que os próximos objetivos de possíveis atentados poderiam ser capitais européias como Londres e Berlim. O governo de Israel decidiu reforçar a segurança em seu espaço aéreo e anunciou a introdução de novas tecnologias nos aeroportos no prazo de um ano. A Turquia está em alerta, temendo a possibilidade de militantes islâmicos usarem gás venenoso em ataques a alvos britânicos, americanos ou israelenses. "Estamos muito preocupados sobre uma ampla gama de atividades terroristas", disse Ashcroft, destacando que as informações que levaram ao alerta foram coletadas nas últimas 24 horas. O presidente George W. Bush afirmou que está "levando muito a sério" as ameaças e elas se parecem com as emitidas antes dos atentados de 11 de setembro. Pesquisa divulgada hoje pela Universidade de Michigan revela que nove em cada dez americanos temem iminentes ataques terroristas por ocasião do aniversário. Segundo Ashcroft, os alvos prováveis incluem interesses corporativos americanos nos setores de energia e transporte, embaixadas e instalações militares. "O setor de inteligência dos EUA também recebeu informação de que um ou mais indivíduos no Oriente Médio estão preparando um ataque suicida ou ataques contra interesses dos EUA. Neste momento, não temos informações específicas sobre onde esses ataques poderiam ocorrer." Ashcroft comentou que as informações foram recolhidas entre "elementos da Al-Qaeda". Por isso, na segunda-feira à noite, o Departamento de Estado emitiu um alerta para os americanos em todo o mundo e pôs suas unidades de sobreaviso. Também na segunda-feira, a TV árabe por satélite Al-Jazira, com sede em Catar, divulgou uma suposta mensagem (apenas a voz) do líder da Al-Qaeda, o saudita Osama bin Laden, na qual ele homenageava os 19 seqüestradores dos quatro aviões usados nos atentados.

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