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EUA matam um dos principais líderes da Al-Qaeda na África

Acusado de comandar os atentados contra embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia, Fazul Abdula Mohamed foi morto em operação americana na Somália

Por Agencia Estado
Atualização:

Um ataque aéreo americano no sul da Somália, na segunda-feira, matou um dos terroristas mais procurados pelo governo dos EUA. Líder da Al-Qaeda no leste da África, Fazul Abdula Mohamed era acusado de comandar os atentados a bomba nas embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia, que mataram 225 pessoas em 1998. A morte do terrorista foi confirmada nesta quarta-feira pelo chefe de gabinete da presidência somali, Abdirizak Hassan, citando um relatório que lhe foi passado pelos EUA. O premiê etíope, Meles Zenawi, disse ainda que outros sete terroristas foram mortos e cinco, capturados. A Casa Branca, entretanto, não confirmou as informações. Nascido no Camarões, Mohamed, de 32 anos, ingressou na Al-Qaeda no Afeganistão, onde foi treinado por Osama bin Laden. A recompensa do CIA por informações que levassem a sua prisão era de US$ 5 milhões. Poliglota, Mohamed era conhecido como "terrorista das cinco faces", pela sua capacidade de mudar a aparência em diferentes disfarces. Em sua ficha do FBI constavam ainda outros dois atentados em 2002 no Quênia: um contra o Paradise Hotel, em que 14 pessoas morreram, e uma tentativa frustrada de derrubar um avião israelense usando mísseis. Na missão em que matou Mohamed, os EUA também buscavam outros dois conhecidos terroristas da Al-Qaeda: Abu Talha al-Sudani e Saleh Ali Saleh Nabhan. Os EUA fizeram nesta quarta-feira pelo menos mais quatro ataques com aviões AC-130 nos arredores de Ras Kamboni, no sul do país. Segundo uma fonte do governo somali, as cidades de Hayo, Garer, Bankajirow e Badmadowe sofreram "bombardeios pesado". A região, que fica a poucos quilômetros da fronteira com o Quênia, abriga a resistência das milícias islâmicas e há quatro dias vem sendo alvo de ataques, tanto americanos como de tropas do governo apoiadas pela Etiópia. Ao menos 84 pessoas já morreram desde então. O governo dos EUA, mais uma vez, não confirmou as incursões de terça e quarta-feira, apenas as de segunda-feira. A falta de informações vindas de Washington levanta suspeitas de que o Exército americano esteja planejando mais ofensivas na Somália. Há dois dias, um porta-aviões dos EUA chegou à costa somali, mas ainda não foram constatadas operações militares de suas aeronaves, apenas ações de inteligência. Críticas A incursão americana - a primeira depois da fracassada operação de paz de 1993, quando 18 soldados foram mortos em Mogadíscio - vem enfrentando críticas da comunidade internacional. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse estar preocupado com os ataques. Segundo sua porta-voz, Michele Montas, Ban teme "que as ações provoquem uma escalada de hostilidades na região". A Anistia Internacional enviou um documento à Casa Branca expressando "graves preocupações" sobre os recentes ataques. Itália, Egito, União Européia e a Liga Árabe também criticaram a ação. Apenas o premiê britânico, Tony Blair, elogiou os EUA: ?Devemos apoiar os que combatem os terroristas, proporcionando às pessoas uma chance de viver melhor?. Eml Mogadíscio, prédios fdo governo somali foram alvo de ataques de um grupo de insurgentes. Soldados responderam com tiros, isolando áreas da cidade e invadindo casas em diversos bairros à procura dos rebeldes. Testemunhas afirmaram que os confrontos duraram o dia todo. Até a noite, não havia informações sobre mortos.

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