WASHINGTON – O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, minimizou neste domingo, 4,a ameaça feita pela Coreia do Norte sobre a retomada do programa nuclear caso Washington não adotasse uma postura menos "arrogante" nas negociações.
"Não me preocupa a retórica, é algo que vimos conforme avançávamos nas negociações", disse Pompeo em entrevista ao canal Fox News. "Sabemos com quem estamos negociando, e o presidente Trump deixou sua posição muito clara: não haverá alívio econômico até que tenhamos alcançado nosso objetivo final."
A Casa Branca não irá atender aos pedidos de Piongyang e se manterá firme na negativa de suavizar sanções econômicas até que os norte-coreanos desmantelem seu programa nuclear, assegurou Pompeo. O secretário de Estado americano também confirmou que se reunirá em Nova York com o responsável da inteligência norte-coreana, Kim Yong-chol, para “continuar as conversas sobre desnuclearização”.
O objetivo do encontro seria concretizar uma segunda cúpula entre os líderes de ambos os países, Donald Trump e Kim Jong-un, para prosseguir com o diálogo sobre a desnuclearização de Pyongyang, que começou durante a histórica reunião de junho em Singapura. Trump expressou sua vontade de programar em breve essa segunda cúpula, mas seu assessor de segurança nacional, John Bolton, apontou recentemente a que a reunião pode ser adiada para o início de 2019, o que atrasaria o diálogo. Há um mês, Pompeo visitou Piongyang para preparar essa cúpula e se reunir com Kim Jong-un, mas não deu sinais de que o encontro produziu grandes avanços.
EUA preveem que sanções "alterarão o comportamento" do Irã
Pompeo também falou sobre as sanções que os Estados Unidos irão impor ao Irã a partir da próxima segunda-feira, 5, e avaliou que elas vão alterar o comportamento de Teerã no cenário internacional.
"Estou muito certo de que as sanções que serão impostas na segunda-feira, e que não só as sanções ao petróleo, mas também as financeiras impostas pelo Departamento do Tesouro, terão o efeito desejado: alterar o comportamento do Irã", disse o secretário. A rodada de sanções, que complementa a aplicada em agosto, vai focar na venda de petróleo iraniano, as transações financeiras com seu Banco Central e o setor portuário do país. Em outra entrevista, Pompeo descartou a possibilidade de as sanções influenciarem os iranianos a retomar o desenvolvimento de seu programa nuclear. "Temos certeza de que os iranianos não tomarão essa decisão", afirmou Pompeo à CBS News.
O chefe da diplomacia americana adiantou que Washington planeja eximir das sanções de maneira temporária um máximo de oito paísesque nos últimos tempos trabalharam para "reduzir a zero" suas importações de petróleo do Irã. Os países serão anunciados na segunda-feira.
O reatamento das sanções é consequência da decisão de Donald Trump de retirar os EUA do acordo nuclear de 2015. Os demais assinantes desse pacto – Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha – estão buscando fórmulas para salvar o acordo e manter o comércio e as compras de petróleo do país. / EFE e W.Post