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EUA nega bombardeio ao Iraque

Por Agencia Estado
Atualização:

O Iraque acusou hoje que um ataque aéreo anglo-americano matou 23 pessoas e feriu outras 11 que jogavam futebol no norte do país, mas militares dos Estados Unidos e o Ministério da Defesa da Grã-Bretanha negaram ter disparado contra o Iraque nos últimos dois dias. A Agência de Notícias Iraquiana divulgou que os aviões atacaram Tall Afar, 440 km a noroeste de Bagdá. A agência não informou quando houve o ataque, mas afirmou que as vítimas foram enterradas na manhã de hoje. "Os Estados Unidos e seu aliado, a Grã-Bretanha, cometeram um novo, horrível crime que será acrescido ao histórico de seus hediondos crimes contra o Iraque", escreveu a agência. "O povo de Tall Afar enterrou hoje os mártires em meio a gritos de revolta e condenação contra esse crime". Um porta-voz das forças dos EUA na base aérea de Incirlik, sul da Turquia, de onde saem os vôos para o norte do Iraque, negou que tenha havido qualquer bombardeio hoje. "Voamos hoje, mas não... jogamos nada", disse o major Scott Vadnais. Na terça-feira, a agência de notícias, citando um porta-voz iraquiano não identificado, divulgou que forças aliadas tinham tentado bombardear instalações civis no norte, mas que as defesas aéreas iraquianas haviam obrigado os aviões a fugir. O Iraque garantiu ter atingido um aparelho, mas oficiais americanos negaram que qualquer de seus aviões tenha sido atingido durante uma missão terça-feira sobre o norte iraquiano. O major Ed Loomis, oficial de assuntos públicos do Comando Europeu dos EUA em Stuttgart, Alemanha, negou que o bombardeio pudesse ter ocorrido na terça-feira. "Nós voamos ontem, conduzindo a imposição rotineira da zona de exclusão aérea", disse Loomis. "Nossos aparelhos concluíram sua missão sem jogar qualquer munição e retornaram em segurança a suas bases... As alegações iraquianas são totalmente falsas". O Ministério da Defesa britânico afirmou que forças em terra iraquianas dispararam contra aviões anglo-americanos durante uma patrulha na terça-feira e quarta-feira, mas que os aparelhos não responderam ao fogo em nenhuma das duas vezes. "Trata-se de mais um exemplo da propaganda iraquiana", anunciou o ministério num comunicado. "(O presidente do Iraque) Saddam (Hussein) regularmente afirma que matamos civis ou destruímos infra-estrutura civil em dias em que não despejamos munição - e mesmo quando não promovemos patrulhas na zona de exclusão aérea". Aviões aliados patrulham os céus sobre o sul e norte do Iraque como determinado depois da Guerra do Golfo de 1991, a fim de proteger rebeldes muçulmanos xiitas no sul e curdos no norte. Jatos americanos e britânicos impondo a zona de exclusão aérea no norte do Iraque estão baseados na Turquia. O Iraque não reconhece as zonas de exclusão aérea e tem atacado aviões aliados desde dezembro de 1998.

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