EUA oferece ajuda a Londres para libertação de militares

Os quinze militares foram detidos em 23 de março pelas autoridades iranianas

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os Estados Unidos ofereceram ao Reino Unido ajuda militar para libertar os quinze militares da Marinha britânica capturados pelo Irã em 23 de março, informa neste sábado, 7, o jornal "The Guardian". Segundo o jornal britânico, que cita fontes diplomáticas, nos primeiros dias da crise, quando Londres não tinha informação sobre o paradeiro dos marinheiros, o Pentágono perguntou ao Governo britânico o que deveriam fazer. Washington sugeriu uma lista de opções militares, algumas das quais são sigilosas, devido ao risco de guerra entre Estados Unidos e Irã. Uma das soluções oferecidas pelos EUA consistia em que aviões de combate americanos fizessem "patrulhas agressivas" sobre bases da Guarda Revolucionária iraniana, a fim de ressaltar a gravidade da situação. No entanto, o Executivo britânico recusou a oferta e pediu que os Estados Unidos ficassem à margem do caso para não complicar o problema. Além disso, Londres pediu a Washington que reduzisse o tom de suas manobras militares no Golfo Pérsico, já que, três dias antes da detenção dos quinze soldados britânicos, um segundo porta-aviões dos EUA chegou à zona. Em resposta ao pedido do Reino Unido, a força naval americana na região - que busca intimidar o Irã devido a seu polêmico programa nuclear - decidiu amenizar seus exercícios militares. A tensão na zona é tão intensa que uma fonte próxima à Guarda Revolucionária iraniana disse ao jornal que, "se isso (a crise dos marinheiros) tivesse ocorrido entre soldados iranianos e americanos, poderia ter sido o início de uma guerra". Os quinze militares foram detidos em 23 de março nas águas do Golfo Pérsico pelas autoridades iranianas, que os acusaram de invadir seu território, algo que Londres negou reiteradamente. Os militares chegaram nesta quinta-feira ao aeroporto londrino de Heathrow, depois de o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anunciar no dia anterior que a libertação era um "presente ao povo britânico".

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