EUA oferecem ao Japão mais 80 mísseis Patriot

Governo aprovou reforma legal que permite a Agência de Defesa ordenar contra-ataque com mísseis sem necessidade do aval do primeiro-ministro

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Por Agencia Estado
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Os Estados Unidos vão fornecer ao Japão um novo lote de 80 mísseis interceptores Patriot, capazes de abater foguetes balísticos norte-coreanos, informaram fontes do comando da defesa japonesa, citadas nesta quinta-feira pela agência "Kyodo". A remessa responde aos testes de sete mísseis balísticos realizados pela Coréia do Norte dia 5 de julho, que causaram temor em todo o Leste da Ásia e especialmente no Japão, disseram as fontes. A Agência de Defesa do Japão (órgão com categoria de Ministério) deve receber os mísseis no ano fiscal 2007, a fim de acelerar a implementação do sistema antiaéreo Patriot Advanced Capability-3 (PAC-3). O sistema, capaz de interceptar e destruir aviões e mísseis inimigos, deverá se tornar operacional até março de 2007. Durante os anos fiscais 2008 e 2009, a Agência de Defesa pretende que empresas japonesas passem a fornecer as armas e dispositivos do PAC-3. Tóquio deve destinar 219 bilhões de ienes (US$ 1,887 bilhão) do orçamento de 2007 à implementação do escudo antimísseis, que faz parte do sistema defensivo dos EUA no Pacífico Oeste. Os 80 mísseis "Patriot" adicionais podem ser instalados na base do I Grupo de Mísseis de Defesa Aérea, na província de Saitama, junto a Tóquio. Também haverá sistemas PAC-3" na província de Fukuoka, no sudoeste, e em Okinawa, arquipélago do sul do Japão onde fica a maior parte dos 44.950 soldados dos EUA no país. O sistema foi criado para interceptar mísseis de ataque balísticos em sua fase final, a uma altitude de apenas 12 quilômetros, pouco antes de sua chegada aos alvos. Os PAC-3 complementarão os Standard Missile-3 (SM-3), que serão instalados em 2008 em navios americanos e japoneses dotados do sistema de acompanhamento Aegis, com a missão de interceptar mísseis quando ainda estão fora da atmosfera. O projeto começou a ser delineado em 1998, depois de a Coréia do Norte lançar um míssil de longo alcance que sobrevoou o território japonês e caiu no Pacífico. Após os sete mísseis de teste norte-coreanos, em julho, o Japão decidiu acelerar o projeto. O Governo japonês estuda a aprovação de um orçamento extra ainda em 2006. Apesar das numerosas críticas dos setores pacifistas japoneses, que vêem no escudo antimísseis a prova do novo militarismo no país, o Governo aprovou no ao passado uma reforma legal que permite ao diretor-geral da Agência de Defesa ordenar um contra-ataque com mísseis sem necessidade do sinal verde do primeiro-ministro.

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