EUA pedem a Arafat para passar a ações concretas

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Por Agencia Estado
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Alarmado com as conseqüências de uma ação retaliatória maciça de Israel contra o ataque palestino suicída que matou vinte pessoas em Tel Aviv, na sexta-feira, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Colin Powell, cancelou viagem que faria a Costa Rica para participar da assembléia geral da Organização dos Estados Americanos, que começou ontem, e permaneceu em Washington para tentar usar a influência dos EUA e evitar o que chamou de "um mergulho na região num abismo do qual ela poderá não ser capaz de sair". Powell exortou o presidente da Autoridade Palestina (AP), Yasser Arafat, a passar das palavras a "ações concretas" e confirmar a condenação do ataque terrorista, que fez no fim da semana, tomando as providências necessárias para controlar a violência entre as facções dos grupos palestinos radicais. "Estamos observando cuidadosamente para nos assegurarmos de que não se trata apenas de uma declaração", afirmou ele. Sob pressão de Washington e dos líderes dos países árabes próximos aos EUA, Arafat condenou o atentado e disse que está pronto para trabalhar "por um cessar-fogo imediato e incondicional". O secretário de Estado, que discutiu a situação por telefone com Arafat e com o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, no sábado, disse ontem que embora Arafat não possa controlar cada palestino individualmente, ele tem "grande grau de controle" sobre seu povo. "Se ele usar sua autoridade, ela terá um grande peso", afirmou. "Minha mensagem (para Arafat) é bastante clara e direta: chegou a hora de colocar a violência sob controle". Powell disse que não pediu pessoalmente aos líderes de Israel para evitar uma ação retaliatória. Mas, claramente, este passou a ser um dos objetivos dos esforços diplomáticos de Washington, depois que Sharon cancelou o cessar-fogo unilateral que havia proclamado apenas alguns dias antes do ataque em Tel Aviv. "Eles (os israelenses) estão conscientes da situação muito, muito delicada e volátil (criada pela) terrível tragédia da noite de sexta-feira () e sei sob quanta pressão ele está", afirmou Powell, referindo-se a Sharon. "Até agora ele está ponderando a resposta e dando ao outro lado tempo para agir e ver ser fará o que diz que fará". O secretário de Estado disse que espera que "não seja necessário"que os israelenses voltem a usar seus caças F-16, de fabricação americana, em ações de represália, como fizeram no mês passado, pois isso apenas promoveria a escalada da violência na região. Por precaução, no sábado a Autoridade Palestina mandou evacuar seus postos de polícia e outros alvos óbvios para uma retaliação, em Gaza e na Cisjordânias, e instruiu a população a usar apenas o andar térreo de suas residências.

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