EUA pedem ajuda para pressionar Coréia do Norte

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Por Agencia Estado
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O embaixador dos EUA na Coréia do Sul reclamou a ajuda da comunidade internacional para pressionar firmemente a Coréia do Norte a abandonar seu programa nuclear, mas a China desconsiderou um pedido de Washington para se envolver mais na situação. A divergência colocou à mostra as potenciais dificuldades enfrentadaas pelo presidente americano, George W. Bush, que busca uma resposta internacional para a crise norte-coreana, ao mesmo tempo em que procura o apoio da Otan e do Conselho de Segurança (CS) da ONU para o uso da força contra o Iraque. "Esta não é simplesmente uma questão a ser resolvida entre a Coréia do Norte e os EUA, como a República Popular Democrática da Coréia (como é denominada a do Norte) gostaria que o mundo acreditasse", disse o embaixador Thomas C. Hubbard. Para Hubbard, os mísseis e o suposto programa de armas nucleares da Coréia do Norte representam uma ameaça à comunidade internacional, e países como Japão, China e Rússia estão "diretamente envolvidos" no problema. "A comunidade mundial deve continuar insistindo, com clareza e firmeza, em que a Coréia do Norte não deve desatender suas obrigações internacionais", afirmou. Mas em Pequim a porta-voz da Chancelaria chinesa, Zhang Qiyue, desconsiderou um pedido americano para participar mais ativamente da situação, alegando que os EUA e a Coréia do Norte "são os mais capazes de resolver pacificamente a questão". "Embora (o caso) esteja ligado à segurança regional e à proliferação nuclear, a chave para resolver esta questão é a retomada do diálogo entre EUA e Coréia do Norte", disse Zhang. O governo de Pyongyang reiterou nesta terça-feira que só afastará as preocupações sobre seus projetos nucleares quando os EUA firmarem um tratado de não-agressão, em negociações diretas. Acusou novamente Washington de provocar tensões para justificar uma invasão. A agência de notícias oficial norte-coreana, a KCNA, disse que o país estava "pronto tanto para o diálogo como para o enfrentamento", e acrescentou que seu Exército está "totalmente preparado para entrar em ação". "Sua posição se mantém inalterada. Querem manter conversações diretas com os EUA", disse Nana Sutresna, enviado indonésio que chegou na terça-feira a Pequim, procedente da capital norte-coreana. Washington disse que conversará com Pyongyang mais cedo ou mais tarde, mas deseja que outros países, incluindo Rússia e China - os tradicionais aliados da Coréia do Norte - participem de um "acordo multilateral". Os EUA acreditam que a questão nuclear constitui um impasse entre o regime norte-coreano e o resto do mundo.

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