
29 de agosto de 2016 | 10h52
WASHINGTON - Os Estados Unidos pediram no domingo a libertação imediata do ex-prefeito opositor venezuelano Daniel Ceballos, cuja transferência da prisão domiciliar para um presídio é considerada "uma tentativa de dificultar" que a população expresse sua opinião na manifestação convocada pela oposição para o dia 1º de setembro.
"Esta transferência representa uma tentativa de intimidar e dificultar o direito do povo venezuelano a expressar pacificamente sua opinião em 1º de setembro. Condenamos essa medida e pedimos sua imediata libertação", declarou no domingo o porta-voz do Departamento de Estado americano, John Kirby, em comunicado.
"Os mais básicos apontamentos do Estado de direito na Venezuela foram degradados a um nível alarmante. Não há lugar em uma sociedade democrática para empregar os instrumentos do Estado para abusar, intimidar e silenciar à oposição política", acrescentou Kirby.
Os Estados Unidos expressaram no comunicado de três parágrafos sua "profunda" preocupação pela transferência de Ceballos de sua prisão domiciliar para um presídio.
O ex-prefeito da cidade de San Cristóbal no Estado de Táchira foi detido em março de 2014 e condenado a um ano de prisão por desacato a uma medida cautelar do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) durante um protesto contra o governo.
Após cumprir a condenação, Ceballos continuou preso por outro motivo relacionado ao mesmo protesto, que terminou com 43 mortos, centenas de feridos e detidos entre governistas, opositores e pessoas sem filiação política aparente, segundo a apuração oficial.
Ceballos se encontrava sob prisão domiciliar desde agosto de 2015 por motivos de saúde. Segundo informou no sábado a mulher do político, agentes do serviço de inteligência da Venezuela foram à casa dele no início da madrugada e o transportaram "sem notificação prévia ou justificativa".
O governo venezuelano assegurou no próprio sábado que revogou a prisão domiciliar de Ceballos porque ele pretendia fugir. / EFE
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