
28 de novembro de 2010 | 14h18
Em um movimento não usual que reflete a preocupação da administração norte-americana sobre as ramificações da questão, o Departamento de Estado divulgou no sábado à noite uma carta encaminhada para o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, e para seu advogado dizendo que a publicação de documentos seria ilegal e exigindo que interrompessem a divulgação.
O documento também disse que o governo dos EUA não iria cooperar com o WikiLeaks na tentativa de esmiuçar comunicações que podem colocar em risco fontes e métodos de inteligência.
A carta do conselheiro jurídico do Departamento de Estado, Harold Koh, foi divulgada junto com os esforços de diplomatas dos EUA ao redor do mundo que procuram avisar governos estrangeiros sobre o que pode estar nos documentos secretos. Acredita-se que os documentos contêm avaliações altamente sensíveis sobre líderes mundiais, suas políticas e a tentativa dos EUA de fazer lobby com estes líderes.
Na carta, Koh disse que a publicação de cerca de 250 mil comunicações secretas diplomáticas pelo WikiLeaks, esperada para hoje, irá "colocar em risco incontáveis vidas de inocentes", "colocar em risco operações militares em andamento" e "colocar em risco cooperação entre países".
O conteúdo foi obtido em "violação da lei norte-americana" sem cuidado quanto às graves consequências disso, disse ele. Koh acrescentou que o site não deveria publicar os documentos e deveria retorná-los ao governo, destruir as cópias que podem ter em seu poder ou em bancos de dados em computadores.
A expectativa é que o WikiLeaks divulgue os documentos em seu site neste domingo. Koh disse que o governo dos EUA sabe que os jornais The New York Times, o britânico Guardian e a revista alemã Der Spiegel tiveram acesso anterior a eles. As informações são da Associated Press.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.