EUA pedem seriedade a Pyongyang na questão nuclear

Os negociadores dos EUA, China, Rússia, Japão, Coréia do Norte e do Sul já chegaram a Pequim; reunião entre eles começa nesta segunda-feira

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Por Agencia Estado
Atualização:

O negociador americano para a crise nuclear norte-coreana, Christopher Hill, declarou neste domingo em sua chegada a Pequim que Washington espera progressos nas conversas de seis lados que começam na segunda-feira, mas assegurou que para isso a Coréia do Norte tem de levar a sério "a questão da desnuclearização". "Se o fizer, poderão ocorrer muitos fatos positivos, mas se não, não acontecerá nada", assinalou Hill à agência oficial Xinhua, em sua chegada ao aeroporto internacional de Pequim. O negociador e secretário adjunto de Estado americano para a Ásia Oriental e o Pacífico reiterou que o principal ponto das negociações é desenvolver o princípio de acordo conseguido em setembro de 2005 entre a Coréia do Norte e os outros cinco interlocutores (Estados Unidos, China, Rússia, Japão e Coréia do Sul). Também chegaram neste domingo à capital chinesa as delegações russa e japonesa, enquanto no sábado desembarcaram as das duas Coréias. O vice-ministro de Assuntos Exteriores, Kim Kye-gwan, lidera a missão Norte-coreana. Kim surpreendeu a todos assegurando que sua delegação vai tratar em Pequim todos os pontos do acordo, "exceto os relacionados com armas nucleares". Caso isso aconteça, ocorrerá uma nova estagnação do diálogo, já que essa é precisamente a chave das negociações de seis lados, nas quais Washington pede a Pyongyang que interrompa seu programa nuclear, tanto a dedicada a uso civil como militar. No ano passado, a Coréia do Norte concordou em interromper o desenvolvimento de energia nuclear em troca de ajudas econômicas e garantias de segurança, ou seja, promessas de que não será atacada por Washington ou seus aliados. O diálogo do ano passado foi interrompido em novembro de 2005, coincidindo com as investigações americanas a contas bancárias norte-coreanas por suposto contrabando e falsificação de dólares, o que causou a ira de Pyongyang. A Coréia do Norte respondeu a estas investigações, que implicaram no bloqueio de contas norte-coreanas em Macau (China), lançando vários mísseis intercontinentais em julho deste ano e anunciando, em outubro, que tinha alcançado com sucesso o teste de sua primeira bomba atômica.

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