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EUA podem abandonar planos de integrar minoria sunita

Segundo a imprensa norte-americana, o governo dos EUA vai encerrar as tentativas de entendimento com os líderes sunitas no Iraque e reduzir suas tropas no país

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo dos EUA estuda a opção de abandonar seus esforços para integrar a minoria sunita ao governo do Iraque, enquanto prevê uma grande redução da presença militar no país, informa nesta sexta-feira a imprensa americana. O jornal The Washington Post diz em sua edição desta sexta que o Departamento de Estado pretende encerrar as tentativas de entendimento com os líderes da comunidade sunita, que representa 20% dos 26 milhões de iraquianos. Alguns assessores do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, temem que estender a mão aos sunitas e buscar uma reconciliação nacional "sumamente improvável" seja contraproducente. A atitude, argumentam, ofende os xiitas e curdos, segundo o jornal, que cita funcionários anônimos. Os defensores da posição falam de uma "solução de 80%", referindo-se à proporção dos habitantes xiitas e curdos do Iraque. O jornal ressaltou que a idéia do Departamento de Estado de colaborar mais estreitamente com os xiitas e curdos e renunciar às tentativas de integrar os sunitas enfrenta a oposição do embaixador americano em Bagdá, Zalmay Khalilzad, e dos comandantes militares dos EUA no Iraque. Tanto The Washington Post quanto The New York Times adiantaram nexta sexta que a comissão de especialistas nomeada por Bush e liderada pelo ex-Secretário de Estado James Baker vai sugerir uma retirada militar. O contingente americano poderia ser reduzido a de 140 mil homens a apenas 70 mil até o início de 2008. Os jornais citam fontes anônimas adiantando a minuta do relatório que o Grupo de Estudo do Iraque, apresentará a Bush na próxima quarta-feira, dia 6. As fontes afirmam que os Estados Unidos devem deixar claro que o governo iraquiano não pode contar com uma presença indefinida das tropas americanas. "Trata-se de uma transição de um papel de combate a um papel de apoio" disse ao The Washington Post uma das fontes. A comissão vai sugerir que em 2008 fiquem no Iraque cerca de 20 mil militares, encarregados de assessorar e formar os soldados iraquianos, além de acompanhar as suas patrulhas. Eles terão o reforço de unidades de "reação rápida" que vão proteger seus compatriotas, segundo as fontes do mesmo jornal. O primeiro-ministro do Iraque, Nouri al-Maliki, disse na quinta-feira, após sua reunião com Bush, em Amã, que o exército iraquiano estará em condições de assumir o controle total do país em junho de 2007. No entanto, as fontes que conhecem as recomendações do Grupo de Estudo disseram que a transferência de responsabilidades levará mais tempo.

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