EUA podem enviar mais 5 mil soldados a Bagdá

Plano tem o objetivo de conter crescente violência no Iraque; sete pessoas já morreram nesta sexta em Bagdá

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Comandantes militares no Iraque estão desenvolvendo um plano para levar cerca de 5 mil soldados americanos com veículos e tanques militares para Bagdá em um esforço para conter a crescente violência, autoridades de defesa disseram nesta quinta-feira. Como parte do plano, o secretário de Defesa Donald H. Rumsfeld estendeu na quinta-feira a permanência no Iraque de cerca de 3.500 membros da Brigada de Combate 172. A saída da unidade, que vem servindo no norte do Iraque, estava marcada para agora, mas, ao invés disso, a maior parte dos 3.900 soldados servirão por no mínimo mais quatro meses. Não ficou claro se a unidade iria para Bagdá. Sob o plano para aumentar a segurança em Bagdá, os soldados americanos seriam colocados juntamente com a polícia iraquiana e unidades militares, tornando cada operação na cidade virtualmente um esforço conjunto, disse um oficial militar. Outro disse que a movimentação de alguns soldados para Bagdá já começou. Ao mesmo tempo, o Pentágono deu sinais de planos para manter ou possivelmente aumentar o nível atual de cerca de 130 mil soldados no Iraque, anunciando que quase 21 mil soldados e fuzileiros receberam o aviso de que estão previstos para irem ao Iraque durante a rotação 2006-2008. Combinada com dois anúncios anteriores de cerca de 113 mil membros do serviço americano previstos para o período de rotação, isso poderia trazer o número de soldados americanos para 34 mil, se todos forem enviados. Comandantes militares afirmaram que o envio depende das condições no Iraque. Mas o último anúncio coloca em discussão se o Pentágono poderia reduzir significativamente as tropas no Iraque até o final do ano como os comandantes esperavam. Como parte do plano de segurança de Bagdá, todos os vôos que levariam soldados de volta aos Estados Unidos foram cancelados nesta semana. Todos os oficiais falaram em condição de anonimato pois o plano ainda não foi finalizado. O envio de mais tropas e armamentos a Bagdá tem objetivo de contar a violência que vem aumentando na capital desde junho, quando o premier iraquiano Nouri al Maliki lançou ações repressivas de segurança. O plano inclui a movimentação de cerca quatro companhias da polícia militar, ou cerca de 400 soldados para Bagdá, junto com o restante dos reservistas que estão no Kuwait - contabilizando cerca de 400 outros soldados. Enquanto cerca de 3.500 membros do exército ainda estavam no Iraque na quinta-feira, cerca de 200 retornaram ao Alasca e aproximadamente outros 200 estavam no Kuwait aguardando transporte. O exército divulgou que as autoridades vão determinar caso a caso se aqueles no Alasca e no Kuwait precisam retornar ao Iraque. É provável que a maioria daqueles que estão no Alasca poderão continuar lá, mas aqueles que forem classificados como essenciais poderão ter que retornar à frente de batalha. Violência Enquanto isso, a violência continua no Iraque. Segundo informou nesta sexta o comando militar americano, pelo menos um soldado americano morreu durante uma operação de combate no oeste do Iraque. O soldado pertencia à quinta divisão dos fuzileiros navais e morreu "enquanto participava de uma operação na quinta-feira, na província de al-Anbar". Al-Anbar, uma das províncias iraquianas de maioria sunita, é considerada um dos redutos dos grupos insurgentes. Desde a invasão americana do Iraque, em março de 2003, mais de 2.560 soldados americanos morreram no país. Além disso, uma explosão em uma mesquita de Bagdá nesta sexta-feira deixou 4 mortos e feriu mais nove pessoas. A explosão ocorreu no momento em que os fiéis deixavam a mesquita sunita de Al-Ali al-Aadhim, em Bagdá, disse o capitão de polícia Ali Mahdi. O ataque ocorreu em meio a um período de quatro horas no qual carros particulares estavam proibidos de circular pelas ruas da capital. Autoridades bagdalis têm imposto constantemente tais proibições às sextas-feiras, tradicional dia de orações entre os islâmicos, para tentar conter a intensificação de episódios de violência sectária em Bagdá. Mais três pessoas morreram em outros episódios de violência registrados nesta sexta em outras partes do Iraque. Nesta manhã, uma bomba destruiu um oleoduto em Samarra, 95 quilômetros ao norte de Bagdá.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.