EUA põem fim ao termo ''combatente inimigo''

Decisão simboliza rompimento com políticas empregadas por Bush

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Por WP e AP
Atualização:

O governo do presidente americano, Barack Obama, abandonou ontem o termo "combatente inimigo" para descrever o status dos prisioneiros detidos na base naval de Guantánamo, Cuba, sob suspeita de terrorismo. Em resposta a um pedido judicial para definir o significado da expressão, o Departamento de Justiça informou que não pretende mais empregá-la. Embora não tenha efeito prático, a medida traz um forte peso simbólico, representando mais uma mudança nas políticas empregadas pelo ex-presidente George W. Bush. "Combatente inimigo" foi um dos termos criados e amplamente usados na "guerra ao terrorismo" de Bush. Em sua decisão, o Departamento de Justiça também informou que pretende manter detidos apenas aqueles que tenham "apoiado substancialmente" o Taleban, a Al-Qaeda, ou estejam diretamente associados com os atentados do 11 de Setembro. Mas o texto assinado pelo Secretário de Justiça, Eric Holder, não especifica como será definido legalmente o "apoio substancial" aos grupos. No texto, o governo reafirmou a autoridade militar sobre os prisioneiros, mesmo os que não foram detidos nos campos de batalha."Enquanto trabalhamos para desenvolver uma nova política de detenções, é essencial que operemos de uma maneira que fortaleça nossa segurança nacional e seja consistente com nossos valores e governada por nossas leis", disse Holder. Quando Obama anunciou em sua primeira semana de mandato que fecharia Guantánamo, a decisão foi comemorada por defensores de direitos humanos. Mas, desde então, o presidente vem sendo criticado por manter as políticas de Bush.

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