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EUA põem instalações militares em alerta

Pentágono afirma não ter recebido nenhuma ameaça específica, mas reforça a segurança de bases para o 10.° aniversário dos ataques de 11/9

Por Gustavo Chacra
Atualização:

 

CORRESPONDENTE / NOVA YORK - Às vésperas do aniversário de dez anos do 11 de Setembro, o Pentágono determinou ontem que seja reforçada a segurança das bases e instalações militares nos Estados Unidos diante do risco de atentados terroristas. Nas ruas de Nova York, porém, ainda não foi verificado um aumento na fiscalização policial com a proximidade da data.

 

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"Essa não é uma resposta a uma ameaça específica ou crível relacionada ao décimo aniversário. Mas acreditamos que seja prudente adotar a medida", disse o porta-voz do Departamento da Defesa, George Little. Ele lembrou, porém, dos documentos encontrados em maio no esconderijo de Osama bin Laden, no Paquistão, citando o dia 11 de setembro como possível data para novos ataques contra os EUA.

Além do aniversário dos atentados, um novo ataque por vingança pela morte do líder da Al-Qaeda também é levada em consideração pelas autoridades de defesa americanas.

A mesma linha cautelosa adotou o secretário de Defesa, Leon Panetta. Em visita ao Marco Zero, onde será inaugurado no domingo um memorial em homenagem às vítimas dos atentados, Panetta disse que "a Al-Qaeda não possui as mesmas condições para realizar um ataque como o de dez anos atrás, mas precisamos as tomar precauções necessárias."

George Friedman, diretor-executivo da agência de risco político Stratfor, em análise sobre o risco de um atentado no 11 de Setembro, afirmou que essa possibilidade é remota. "A Al-Qaeda planejou ataques. Mas os EUA conseguiram, por meio de operações secretas em escala global, afetar a força deles", diz.

Segundo Daniel Byman, da Brookings, em conferência com jornalistas, "a Al-Qaeda não tem as mesmas condições de realizar um ataque hoje como tinha no 11 de setembro de 2001".

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Apesar do enfraquecimento da rede, nos últimos anos dois grandes atentados quase ocorreram nos EUA. Em Detroit, no Natal de 2009, um terrorista nigeriano, treinado no Iêmen, tentou explodir um avião momentos antes do pouso de um voo vindo da Holanda.Não obteve sucesso por ter sido impedido por outros passageiros.

Em 2010, um paquistanês residente nos EUA chegou a estacionar uma van com explosivos na Times Square, a região mais movimentada de Nova York. Um vendedor suspeitou de que houvesse algo errado e chamou a polícia, que evitou um estrago maior. Dezenas teriam morrido se qualquer um dos terroristas obtivesse sucesso.

Ainda no ano passado, pacotes-bomba com destino aos EUA foram interceptados nos Emirados Árabes e na Grã-Bretanha.

Promessa de segurança Em Nova York, o prefeito Michael Bloomberg disse ontem "ter 3 mil câmeras instaladas" e sua administração também aumentou no número de policiais. Mas não era possível ver uma maior segurança nos últimos dias.

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Policiais não fiscalizam bolsas ou mochilas dos passageiros no metrô e as estações ferroviárias, citadas como possíveis alvos nos documentos encontrados na casa de Bin Laden, não obrigam os passageiros a colocar as suas malas em aparelhos de raio X e nem sequer precisam passar por um detector de metal.

Na ponte do Brooklyn, um dos cartões postais da cidade, raramente há um policial uniformizado fazendo a segurança. É fácil entrar, sem ser importunado ou responder qualquer pergunta, no complexo do World Financial Center, ao lado do World Trade Center.

A população da cidade parece não se importar. "Não me sinto inseguro em Nova York", disse ao Estado o engenheiro Kwok Cheng, enquanto brincava com seu filho num parque ao lado do Marco Zero. "Nos meses seguintes, tinha medo. Mas agora já passou", acrescentou o personal trainer Royston Nero, que também estava ao redor de onde estavam as torres.

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