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EUA preocupados com mísseis que deram aos afegãos

Por Agencia Estado
Atualização:

A delegação de três militares americanos, chefiada por um general de duas estrelas, deixou hoje Islamabad, depois de quatro dias "compartilhando informações" com os colegas paquistaneses, sem dar declarações. Apenas uma informação vazou sobre os assuntos específicos tratados: a preocupação dos americanos com o paradeiro de cerca de 80 mísseis Stinger, provavelmente nas mãos do exército Taleban. Se manejados por peritos, esses mísseis, lançados do ombro, podem derrubar aviões em vôos rasantes, perseguindo o alvo atraídos pelo seu calor. Centenas de Stingers foram fornecidos pelo governo Ronald Reagan, nos anos 80, aos grupos islâmicos afegães que lutavam contra a ocupação soviética. Depois da derrota dos russos, em 1989, a CIA tentou recuperá-los - intuindo tardiamente seu destino nas mãos de combatentes fundamentalistas. Os agentes americanos ofereceram recompensas de até US$ 100 mil por cada míssil devolvido. A iniciativa teve pouco ou nenhum resultado. Aparentemente, os combatentes islâmicos nem devolveram nem venderam a terceiros essa arma valiosa, enquanto se preparavam para as novas etapas de sua guerra santa. De acordo com uma fonte paquistanesa, que teve acesso às conversas com os militares americanos, testes realizados nos Estados Unidos há dois anos mostraram que mísseis da mesma safra dos que estão nas mãos do Taleban ainda funcionam perfeitamente. Os afegãos do Território Tribal Autônomo ao longo da fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão se mostram bastante confiantes no poder defensivo dos Stingers - assim como dos Scuds soviéticos de médio a longo alcance. A julgar pela preocupação dos americanos, a confiança não é infundada.

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