PUBLICIDADE

EUA pressionam ONGs para que deixem o Iraque

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo dos Estados Unidos deu uma indicação séria de que a guerra contra o Iraque pode estar próxima. A Casa Branca enviou um comunicado às mais de cem organizações não-governamentais (ONGs) trabalhando em funções humanitárias em Bagdá alertando que os norte-americanos não teriam como garantir a segurança das entidades em caso de um ataque. Para as ONGs, porém, o alerta tem a função de conseguir convencer as entidades a deixar o Iraque. "Os norte-americanos temem que presenciemos eventuais mortes de civis, o que poderia levar a opinião pública a se opor à guerra", afirma um membro de um grupo de ativistas europeus. A maioria das organizações foram para o Iraque depois da Guerra do Golfo, em 1991, em trabalhos para tentar garantir que as sanções impostas pela ONU não gerassem sofrimento ainda maior na população. Enquanto fazem campanha para retirar ONGs do Iraque, os Estados Unidos tomaram a iniciativa, nesta semana, de fazer volumosas doações à ONU, com o objetivo de mostrar que o governo em Washington também estaria preocupado com as conseqüências humanitárias de uma guerra. Além dos US$ 15 milhões dados pela Casa Branca na quinta-feira para os trabalhos da ONU com os possíveis refugiados iraquianos, os Estados Unidos anunciaram que darão US$ 5 milhões para alimentar a população do país que poderá ser atacado. A ONU prevê um gasto de US$ 7 milhões para alimentar 5 milhões de iraquianos durante os conflitos e, desde a semana passada, já começou a estocar alimentos nos países vizinhos ao Iraque, pensando em um cenário de guerra. Muitos críticos apontam que a ONU está sendo complacente com a guerra ao aceitar o dinheiro, já que outras crises humanitárias no mundo são essencialmente esquecidas pela Casa Branca. "Na Angola, onde milhares de refugiados ainda precisam ser assistidos, não temos dinheiro sequer para alimentá-los", afirma um porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Refugiados.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.