EUA querem acelerar renegociação do Nafta

Trump diz que acordo precisa ser mais justo com o país e gostaria de marcar a mudança incluindo a palavra ‘justo’ ao nome atual do tratado

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Por Redação
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WASHINGTON - O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou ontem querer que mudanças no Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês) sejam rápidas. A um grupo de legisladores, ele comentou que quer acelerar o processo.

Em uma reunião na Casa Branca com congressistas, Trump disse que deseja adicionar mais um “f” ao Nafta, que representaria “free and fair trade” – “livre e justo comércio, não apenas livre-comércio”, explicou ele. 

Enrique Peña Nieto e Donald Trump dão entrevista juntos; líder mexicano foi criticado por não enfatizar publicamente sua oposição às propostas do republicano Foto: EFE/JORGE NUÑEZ

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Trump ainda afirmou que Wilbur Ross, indicado como secretário de Comércio, poderia liderar as negociações por parte da Casa Branca. 

De acordo com a legislação comercial de 2015, Trump teria de avisar o Congresso 90 dias antes de iniciar negociações formais sobre o Nafta ou outro acordo comercial.

Na conversa com os congressistas, o presidente americano reiterou suas críticas ao atual modelo do tratado comercial. “O acordo foi um desastre para nossos empregos e nosso país (...). Não me importa se é uma renovação ou um novo acordo, mas temos de fazer com que seja justo”, acrescentou o presidente americano.

Trump reconheceu, no entanto, que o Nafta “conta com limites regulamentares” para iniciar a renegociação, ainda que ele queira apressar o processo. As críticas aos acordos comerciais internacionais, especialmente ao Nafta, selado em 1994 com México e Canadá, foram uma constante por parte de Trump durante a campanha eleitoral e ele insiste nessa questão desde sua posse, no dia 20.

Em seu primeiro dia como presidente, Trump assinou a retirada dos EUA de outro acordo comercial internacional, a Parceria Transpacífico (TPP), que foi negociada por seu antecessor, Barack Obama, com 11 países. 

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Déficit. No dia 27, Trump declarou que o México fez os EUA de “bobos” na área comercial em consequência do Nafta e, por isso, o renegociaria. 

Trump afirmou que, por culpa de governos anteriores, o déficit comercial dos EUA com o México é de US$ 60 bilhões, o que ele quer mudar de imediato. Para isso, o republicano afirmou que poderia taxar as importações do México em 20%, o que ajudaria a solucionar esse déficit e, ao mesmo tempo, pagaria o custo do muro a ser construído na fronteira, que pode custar até US$ 25 bilhões. / AP, EFE, AFP e REUTERS