EUA querem desestabilizar o Irã, diz jornal americano

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Por Agencia Estado
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O governo dos EUA parece estar se preparando para adotar uma "política agressiva para tentar desestabilizar o governo iraniano", reportou hoje o diário The Washington Post, antecipando que amanhã haverá uma reunião na Casa Branca para elaborar a posição dos EUA em relação ao Irã. Segundo o jornal, altos funcionários do Departamento de Defesa (Pentágono) querem ação que possa conduzir à derrubada do governo iraniano por meio de um levante popular, mas alguns dirigentes do Departamento de Estado se opõem a isso, alegando que o nível do descontentamento da população no Irã com o regime islâmico está sendo superestimado. O diário assinalou ainda que a estratégia coincide com o rompimento, pelos EUA, dos contatos que vinham sendo mantidos entre altos funcionários das duas partes em Genebra, na Suíça, depois de os serviços de inteligência americanos terem apurado que militantes da rede terrorista Al-Qaeda escondidos no Irã tiveram participação nos atentados suicidas de Riad, no dia 12. Morreram 34 pessoas nesses ataques contra prédios residenciais de ocidentais, incluindo 8 americanos. Altos funcionários americanos não quiseram hoje comentar o artigo nem confirmar se haverá tal reunião na terça-feira. Na semana passada, o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, declarou haver fortes indícios da presença da Al-Qaeda no Irã. Altos funcionários americanos acusaram o país de dar abrigo ao egípcio Saif al-Adil, o chefe de segurança da Al-Qaeda, a Saad bin Laden (filho do líder da rede, Osama bin Laden) e a Abu Musab Zarqawi, um militante que, segundo os EUA, teria vínculos com o ex-presidente do Iraque, Saddam Hussein. O Irã garante ter expulsado no ano passado 500 militantes da Al-Qaeda. Hoje, seu chanceler, Kamal Kharrazi, afirmou que o país não tem intenção de abrigar membros da rede. "Nós provavelmente capturamos mais pessoas da Al-Qaeda nos últimos 14 meses do que qualquer outro país", disse o embaixador do Irã na ONU, Javad Zarif, à TV americana ABC. "Temos algumas pessoas da Al-Qaeda sob custódia, continuamos a mantê-las presas e a interrogá-las. Uma vez que tenhamos obtido delas qualquer informação, nós a passaremos para governos amigos."

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