EUA querem dinheiro de aliados para guerra afegã

Em cúpula da Otan, Washington tentará convencer coalizão a investir na segurança do país após retirada

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Por WASHINGTON
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Com a retirada das tropas americanas do Afeganistão, marcada para dezembro de 2014, os EUA enfrentam neste fim de semana o desafio de impedir a saída de seus aliados do front antes do prazo e de convencê-los a investir mais recursos na etapa a começar em 2015. O tema vai consumir a maior parte da reunião de cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que começa hoje em Chicago.A pressão por mais recursos para as forças de segurança do Afeganistão no período após 2014 chega em um momento de forte ajuste nas contas públicas nos EUA e na Europa e de exaustão da opinião pública com os quase 11 anos de guerra.O conflito custou US$ 100 bilhões até o momento e o valor considerado necessário para bancar a segurança do país, a partir de 2015, é de US$ 4 bilhões ao ano. Os aliados dos EUA concordaram em desembolsar US$ 1,3 bilhão. Sob severo controle fiscal, a Casa Branca não quer arcar sozinha com os restantes US$ 2,7 bilhões.As divergências sobre a permanência das tropas aliadas até o fim de 2014 aumentaram com a promessa eleitoral de François Hollande, empossado esta semana presidente da França, de retirar os 3,4 mil soldados de seu país do Afeganistão até dezembro. Para o embaixador James Dobbins, diretor da Rand International, Hollande será convencido a estender o prazo em Chicago. A Otan já perdeu a contribuição das tropas do Canadá e da Holanda. "A guerra civil no Afeganistão, entre o governo e o Taleban, vai continuar depois de 2014. O governo afegão tem sido capaz de controlar Cabul e substanciais partes do norte e do oeste, mas não todo o país", afirmou Bruce Riedel, membro do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca. / D.C.M.

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