EUA querem responder ao ´desafio Chávez´, diz subsecretário

Burns diz que acordos comerciais ofuscariam retórica antiamericana do venezuelano

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Por Agencia Estado
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O subsecretário para Assuntos Políticos do Departamento de Estado americano, Nicholas Burns, disse que os Estados Unidos precisam "responder ao desafio Chávez". A declaração de Burns foi feita durante um evento na quinta-feira, 22, na sede do Council for the Americas do instituto de pesquisas Carnegie Endownement for International Peace, em Washington. Segundo o subsecretário, uma fórmula eficaz para ofuscar a retórica "negativa" do presidente da Venezuela em relação aos Estados Unidos seria através da aprovação pelo Congresso americano de acordos de livre comércio com Peru, Colômbia e Panamá. Caso estes acordos não sejam aprovados, indagou Burns, "qual a mensagem que estaremos passando, quando Chávez diz que nada de bom sai de uma relação comercial com os Estados Unidos e que o comércio conosco não produz crescimento econômico e nem justiça social?". As declarações do subsecretário representaram uma mudança de tom por parte da Casa Branca. Durante a recente viagem do presidente George W. Bush à América Latina, o líder americano evitou falar sobre a Venezuela e nem mesmo mencionou o nome de Hugo Chávez durante entrevistas. Segundo Burns, se os Estados Unidos descartarem assinar os tratados comerciais, será "como se disséssemos que estamos dispostos a abandonar relações profundas com a região e entregar o microfone a esta figura do passado, cujas políticas são um fracasso para seu país, não um sucesso", afirmou. Chávez na Argentina Durante o evento realizado no Carnegie Endowment, Burns fez um apanhado da viagem de Bush ao Brasil, Uruguai, Colômbia, Guatemala e México, que qualificou como extremamente positiva. Paralelamente ao giro latino-americano de Bush, Hugo Chávez visitou países latino-americanos que não constaram do roteiro do presidente americano. Enquanto Bush estava no Uruguai, Chávez realizou um protesto contra Bush em um estádio de futebol em Buenos Aires. Burns criticou o incidente e se dirigiu diretamente ao embaixador argentino em Washington, José Octavio Bordón, que assistia ao discurso do subsecretário sentado na primeira fila do auditório do Carnegie Endowment. Segundo o representante americano, os efeitos positivos da viagem de Bush ao Uruguai "eclipsaram aquela manifestação em um estádio de futebol de Buenos Aires". Mas Burns acrescentou: "Lamento que este ato tenha ocorrido no mesmo dia em que nosso presidente estava em Montevidéu. Não me parece que tenha sido correto. É o sentimento de todos em nosso governo, perdoe-me por dizê-lo, embaixador." Pouco depois o representante argentino retrucou, afirmando que Chávez "exercitou a liberdade vivida na Argentina" e destacou que nenhum representante do governo argentino esteve presente ao protesto. include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

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