WASHINGTON - Os EUA anunciaram nesta quarta-feira, 27, que incluíram em sua lista negra de empresas que favorecem o programa nuclear iraniano 37 companhias com sede na Alemanha, em Malta e no Chipre. Essas empresas são acusadas de encobrir as transações da marinha mercante de Teerã, segundo a agência de notícias AFP.
Veja também:Especial: O programa nuclear do Irã Veja as sanções já aplicadas contra o Irã
O Departamento do Tesouro afirmou que "37 empresas" CIN sede nos portos de Hamburgo (Alemanha), Sliema (Malta) e Limassol (Chipre) e cinco indivíduos iranianos pertenciam, respondiam ou representavam a marinha mercante da República Islâmica do Irã (IRISL, na sigla em inglês) ou suas filiais.
A iniciativa "cobre a complexa rede de empresas e executivos de transporte marítimo da IRISL e deixa em evidência o uso, por parte do Irã, de sua companhia marítima nacional para avançar com seu programa nuclear de armas ilícitas de destruição em massa e para transportar cargas militares", indicou o Departamento em um comunicado.
As companhias e as cinco pessoas se somam à lista negra do Tesouro e estão sujeitos às mesmas sanções que a marinha mercante iraniana - os ativos podem ser congelados.
As potências ocidentais acusam o Irã de esconder, sob seu programa nuclear civil, outro de natureza clandestina e aplicações bélicas, cujo objetivo seria a aquisição de armas atômicas. Teerã nega tais alegações.
As tensões sobre o programa nuclear iraniano se acirraram no final do ano passado após o Irã rejeitar uma proposta de troca de urânio feita por EUA, Rússia e Reino Unido. Meses depois, o país começou a enriquecer urânio a 20%.
Um acordo mediado por Brasil e Turquia para troca de urânio chegou a ser assinado com o Irã em maio. O acordo, porém, foi rejeitado pelo Grupo de Viena - composto por Rússia, França, EUA e AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) - e o Conselho de Segurança da ONU optou por impor uma quarta rodada de sanções ao país.