'EUA sancionam e depois negociam', critica chanceler russo

Ministro das Relações Exteriores da Rússia afirmou que o 'comportamento americano contaminou' as relações entre os dois países e afetou as conversas com a União Europeia e a China

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Por Redação
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VLADIVOSTOK, Rússia - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguéi Lavrov, criticou nesta quarta-feira, 12, a política externa americana e disse que os Estados Unidos "primeiro sancionam e depois negociam". O chanceler disse que esse tipo de ação "contaminou" as relações entre os dois países.

Para o chanceler russo, Serguei Lavrov, política externa americana não terá êxito a longo prazo Foto: REUTERS/Tiksa Negeri

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"Na maioria dos casos, os Estados Unidos não está disposto a iniciar as negociações", disse Lavrov, durante um discurso na abertura do Fórum Econômico de Vladivistok, no extremo leste russo. "Primeiro, eles anunciam sanções, depois mais sanções e só então passam a negociar."

O chanceler criticou a postura que, segundo ele, "não está a afetar somente as relações russo-americanas, mas também contaminam as conversas com a Coreia do Norte, a União Europeia e a China". Na opinião do ministro, o comportamento de Washington se resume em "se algo não está bem, é preciso anunciar medidas de pressão".

"Não acredito que devemos esperar que esta política tenha êxito a longo prazo", disse Lavrov.

A crítica do ministro vem em resposta à série de sanções impostas por Washington no fim de agosto. Naquele mês, os Estados Unidos se aliaram ao Reino Unido e puniram a Rússia por sua participação no envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal em território britânico no início deste ano. Moscou nega envolvimento no crime.

Os Estados Unidos também impuseram sanções contra empresas russas por apoiarem supostas atividades de hackers e por manter comércio com a Coreia do Norte, país atualmente sob embargo internacional. 

Desde 2014, as relações entre a Rússia e os Estados Unidos foram marcadas por duras sanções econômicas devido à anexação da Crimeia, antigo território da Ucrânia, pelo presidente russo Vladimir Putin. //AFP

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