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EUA saúdam anúncio do Irã, mas mantêm cautela

Segundo Hillary, Teerã ''ainda não apresentou propostas'' a Washington e condições para acordo sobre o programa nuclear iraniano não mudaram

Por REUTERS e AP E NYT
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A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, saudou ontem o sinal conciliatório do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, mas moderou a resposta a Teerã, dizendo que os EUA e seus aliados "até agora não viram nenhuma proposta" concreta. Ela reafirmou que, com Barack Obama, "as condições para o diálogo com o Irã não foram alteradas". Os comentários foram feitos durante uma reunião sobre o programa nuclear iraniano com o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Javier Solana. Confira os fatos que marcam a conturbada relação entre EUA e Irã Na terça-feira, o jornal The New York Times noticiou que o governo Obama estaria disposto a deixar de lado o congelamento imediato do programa nuclear iraniano como precondição para negociações com Teerã. A exigência foi o princípio orientador da política de George W. Bush em relação ao regime dos aiatolás. No entanto, Hillary destacou que " não foram adicionadas nem retiradas condições" para um acordo com o país persa. "Nós ainda vamos discutir isso (o sinal de abertura iraniano)", disse Hillary a repórteres. Segundo a secretária de Estado, a reação do discurso de ontem do presidente Mahmud Ahmadinejad será formalizada nas próximas semanas pelo sexteto - grupo de contato que os EUA integraram na semana passada. Grã-Bretanha, Alemanha, França, Rússia e China estão também no organismo. O sexteto havia incumbido Solana de reunir-se com representantes iranianos para "encontrar uma solução diplomática" para a questão nuclear. Mas o representante da UE disse que até agora não teve resposta de Teerã. Ao mesmo tempo em que tenta dialogar com o Irã, Obama ameaçou com uma nova rodada de sanções contra Teerã, caso o país ignore as resoluções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU. "Continuaremos apoiando as sanções e a ação coletiva para o programa iraniano", disse Hillary. O novo governo americano vem dando claros sinais de abertura ao Irã. Além da volta à mesa de negociações com europeus, chineses e russos, no último mês, Washington convidou Teerã a uma cúpula sobre o Afeganistão na Holanda. Obama também fez um comunicado amistoso aos iranianos por ocasião ano novo persa. Informalmente, funcionários americanos reuniram-se com diplomatas iranianos. "Desejamos ter um diálogo direto com o Irã", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Robert Wood. "Se eles aparecerem com um novo pacote sobre seu programa nuclear, vamos ter de olhar bem e analisá-lo." POSSÍVEL RECOMEÇO 27/1: Em sua primeira entrevista como presidente, Barack Obama diz que EUA estão prontos para dialogar com o Irã, que responde, pedindo "medidas concretas" 9/2: Obama diz que espera criar "aberturas" para diálogo com o Irã. O líder iraniano, Mahmud Ahmadinejad, diz que está pronto para "conversas com respeito mútuo" 27/2: Obama promete aproximação "sustentada" com todos os países do Oriente Médio em nova estratégia que inclui a cooperação com o Irã e a Síria

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