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EUA: Secretário de Comércio descarta dialogar com Cuba

Gutiérrez criticou o investimento estrangeiro na ilha porque "beneficia o Regime"

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Carlos Gutiérrez, descartou na segunda-feira, 26, dialogar com Raúl Castro, que governa Cuba de forma interina, e criticou o investimento estrangeiro na ilha porque "beneficia o Regime". Em dezembro, Raúl Castro declarou sua disposição de iniciar negociações com os EUA, mas Gutiérrez se mostrou cético. OS dois países não têm relações diplomáticas. Em seu escritório no departamento de Comércio, Gutiérrez pintou Raúl Castro como uma cópia do seu irmão. "Uma sucessão de Fidel para Raúl simplesmente entrega o país ao Exército", afirmou. Raúl comanda as forças armadas desde que os insurgentes dirigidos por seu irmão desceram da Sierra Maestra e entraram em Havana, em 1959. O secretário de Comércio citou a recente "expulsão" de três jornalistas estrangeiros, cujo credenciamento foi revogado, assim como o fechamento de várias bibliotecas. "Nunca foi do interesse do governo de Cuba ter relações mais amistosas com o americano", porque a situação atual permite "culpar" os EUA, segundo Gutiérrez. Ele também criticou empresas canadenses e européias, especialmente espanholas, que investem em Cuba. "O que estão fazendo é beneficiar o regime", disse. Gutiérrez destacou que no setor turístico os hotéis são destinados aos estrangeiros, "exclusivamente para que o regime tenha acesso a dólares". Viagens de navios Na segunda-feira, o presidente dos EUA, George W. Bush, prorrogou as restrições das viagens de navios de portos de seu país para Cuba. Ele argumentou que o regime cubano "não demonstrou que não usará a força de forma irresponsável e excessiva" contra navios americanos. A ordem foi imposta originalmente por seu antecessor, Bill Clinton, em 1996, depois de a Força Aérea de Cuba derrubar dois aviões da organização de exilados cubanos "Irmãos ao Resgate", matando os seus quatro tripulantes. Fim do embargo A Casa Branca lançou uma ofensiva para responder aos defensores do fim do embargo, como reconheceu em seu escritório o próprio Gutiérrez. Ele é a ponta-de-lança da campanha, escolhido por sua história pessoal. Nascido em Cuba, em 1953, após a vitória dos guerrilheiros emigrou à Flórida com sua família, em 1960. Como parte da ofensiva, Gutiérrez rejeitou na quarta-feira, num discurso, qualquer relaxamento das sanções econômicas contra seu país natal. A suavização do embargo é defendida no Congresso pela nova maioria democrata. Dos projetos de lei que apontam nessa direção, o que reúne mais chances de ser aprovado, segundo os especialistas, elimina as restrições para viajar a Cuba. Para Gutiérrez, porém, mais viagens a Cuba significa mais dinheiro no bolso de um governo hostil aos Estados Unidos.

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