EUA: Senado planeja convocar altos funcionários para depor

Casa Branca pode exercer o privilégio de evitar comparecimento público deles

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Comitê de Assuntos Judiciais do Senado, Patrick Leahy, anunciou no domingo, 18, que planeja convocar altos funcionários da Casa Branca para depor sobre a demissão de vários procuradores federais. A Casa Branca ainda não disse se permitirá que Karl Rove, principal estrategista político da residência oficial, e a ex-assessora legal do governo, Harriet Miers, testemunhem, ou se optará por exercer o privilégio de evitar seu comparecimento público. Leahy adiou a votação sobre as citações devido à solicitação do conselheiro da Casa Branca, Fred Fielding, de que os termos dos comparecimentos fossem negociados. No entanto, o senador democrata disse no domingo que ainda não se reuniu com Fielding, e que não está inclinado a alcançar acordos como um comparecimento particular dos altos funcionários. "Quero um testemunho sob juramento", disse Leahy, em declarações à rede de televisão ABC, acrescentando que está "cansado" das meias verdades sobre a dispensa dos procuradores. Polêmica O debate gira em torno da demissão de oito procuradores federais, que, segundo os democratas, aconteceu por conta de motivos políticos. Os procuradores federais são nomeados por períodos de quatro anos pelo presidente americano, George W. Bush, que tem a autoridade de dispor deles como melhor lhe convir. O procurador-geral Alberto Gonzales disse, em um primeiro momento, que as demissões foram devido ao baixo rendimento dos procuradores, e negou que a Casa Branca esteve ligada ao ocorrido. E-mails No entanto, vários e-mails entre o Departamento de Justiça e a Casa Branca divulgados recentemente contradizem essa versão, e fizeram com que Gonzales pedisse desculpas publicamente pela forma com que tratou o assunto. As mensagens mostram que Rove colocou em janeiro de 2005 a questão de se todos os procuradores deveriam ser substituídos no início do segundo mandato de Bush. Os e-mails também mostram que Rove articulou com Miers e com o ex-chefe de gabinete de Gonzales, Kyle Sampson, para demitir parte desses procuradores. Os comitês judiciais do Senado e da Câmara de Representantes devem divulgar nesta semana mais mensagens. Os comitês consideram convocar Rove e Miers para depor. Vários democratas e alguns republicanos, incluindo o senador John Sununu, de New Hampshire, pediram a renúncia de Gonzales, sob o argumento de que este perdeu a confiança do Congresso e do país. Uma pesquisa divulgada no sábado, 17, pela revista Newsweek indica que Gonzales tem pouco apoio entre os cidadãos: menos de 32% dos entrevistados acreditam que deveria permanecer no cargo, enquanto 35% pedem sua saída. Além disso, 58% dos entrevistados consideram que a demissão dos procuradores dis respeito a motivos políticos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.