EUA sofrem dia mais sangrento do pós-guerra no Iraque

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Por Agencia Estado
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Os EUA sofreram hoje o dia mais sangrento do pós-guerra no Iraque: 16 soldados foram mortos em vários ataques. No pior deles, 15 soldados morreram e 21 ficaram feridos quando um helicóptero americano de transporte de tropas, Chinook, foi derrubado aparentemente por mísseis em uma fazenda na localidade de Baisa, perto de Faluja, a oeste de Bagdá. A cidade é considerada o centro da resistência contra a ocupação americana e reduto dos seguidores do deposto presidente Saddam Hussein. Um porta-voz militar americano, o coronel William Darley, confirmou as baixas, mas disse que as causas do incidente estão sendo investigadas. Ele acrescentou que o comando tem informações de testemunhas de que guerrilheiros dispararam mísseis contra o helicóptero. Ele transportava cerca de 50 militares, que estavam entrando em férias, para o aeroporto de Bagdá. Outro soldado americano morreu hoje na explosão de uma mina sob o veículo em que viajava em Bagdá. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital. include "$DOCUMENT_ROOT/internacional/guerra/ticker.inc"; ?> Somente a morte de 28 soldados americanos em 23 de março - no terceiro dia de guerra - , ultrapassa o número de mortos de hoje. Subiu para 138 o número de soldados americanos mortos em ações hostis desde que o presidente George W. Bush anunciou o fim dos principais combates, em 1º de maio. Paul Bremer, administrador civil americano no Iraque, declarou hoje durante entrevista à rede de TV CNN, que a maioria dos membros da rede terrorista Al-Qaeda em território iraquiano, segundo suspeitas dos EUA, teria se infiltrado pela Síria. Para o secretário americano de Defesa, Donald Rumsfeld, a derrubada do helicóptero é uma tragédia nacional e seus autores serão derrotados. "Evidentemente, é um dia trágico para os EUA... Em uma guerra longa e sangrenta teremos dias trágicos" disse. "Mas eles são necessários. São parte de uma guerra difícil e complicada", acrescentou. Bush recebeu a notícia sobre a morte dos soldados em seu rancho no Texas, onde passou o fim de semana. Mais feridos - Também na localidade de Faluja, quatro soldados americanos ficaram feridos quando o veículo em que viajavam foi destruído na explosão de uma bomba colocada sob uma ponte. Em Abu Garib, na periferia de Bagdá, outros três soldados americanos ficaram feridos em um ataque com granadas contra a delegacia de polícia do bairro. Apesar do elevado número de militares americanos mortos hoje, não ocorreu o chamado "dia da resistência", que, segundo alertaram as autoridades em Washington, seria lançado no fim de semana pelos grupos contrários à ocupação liderada pelos EUA. No sábado, apenas dois soldados americanos foram mortos. Reação árabe - Reunidos em Damasco, os chanceleres dos países vizinhos - Síria, Irã, Turquia, Arábia Saudita e Jordânia, além do Egito - condenaram hoje os ataques cometidos no Iraque, exortaram as forças de ocupação a restaurar a segurança no país e pediram aos iraquianos que cooperem para controlar a fronteira. Contudo, praticamente todo o mundo árabe aplaudiu a resistência à ocupação. A reação não é uma surpresa, já que muitos árabes se opuseram à invasão e seus governos advertiram que a violência no Iraque poderia levar toda a região ao caos. Os moradores de Faluja comemoraram hoje a derrubada do helicóptero. "Esta é uma nova lição da resistência, uma lição aos agressores", disse um dos iraquianos que participava da comemoração. "Eles nunca estarão seguros até que saiam de nosso país."

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