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EUA sofrem pesadas baixas neste mês de abril no Iraque

Tropas americanas vivem um dos períodos mais sangrentos desde o início da invasão, em março de 2003

Por Agencia Estado
Atualização:

Faltando mais de uma semana para o fim do mês, abril poderá ser um dos meses de maiores perdas para as tropas americanas no Iraque, desde que os Estados Unidos iniciaram a ocupação militar do país em março de 2003. Até agora, as tropas americanas registram 48 mortos, segundo fontes do Pentágono. Esse número representa um grande aumento se comparado às 31 mortes de soldados americanos ocorridas em todo o mês de março, período em que houve menos baixas americanas desde fevereiro de 2004, quando 20 efetivos do país perderam a vida, disseram as fontes. Segundo os números do Departamento de Defesa dos EUA, desde que começou a ocupação, 2.378 soldados americanos morreram e 17.549 ficaram feridos. A esse número se somam as mortes de mais de 200 membros das forças da coalizão de países que apoiou os Estados Unidos na invasão. Fontes militares indicaram que não é possível concluir sobre uma tendência de aumento nos ataques contra as tropas americanas, mas admitiram que nos últimos dias cresceu o número e a abrangência de operações contra insurgentes. As mesmas fontes acrescentaram que essas ações mobilizaram cerca de 3.700 efetivos de segurança iraquianos treinados pelas tropas americanas. Até agora, as autoridades de Defesa dos EUA, que mantêm pouco mais de 132 mil soldados no Iraque, não divulgaram números oficiais sobre as baixas entre os iraquianos, mas os cálculos oficiosos vão de 30 mil a 100 mil. Violência sectária Em um dos piores incidentes de violência sectária, a polícia descobriu, na segunda-feira, os corpos de 18 pessoas perto de Bagdá, entre elas o irmão de um político sunita, que tinha desaparecido há três semanas. A violência sectária cresceu em todo o país desde o ataque a uma mesquita xiita em 22 de fevereiro. A onda de confrontos e atentados também ocorre em um momento em que o país continua vivendo um vazio político devido à estagnação das negociações para formar um governo de coalizão, quatro meses depois das eleições legislativas convocadas com esse objetivo. Durante uma visita a Bagdá no início deste mês, a secretária de Estado, Condoleezza Rice, e o ministro britânico de Exteriores, Jack Straw, alertaram os líderes iraquianos que a falta de um governo permanente tinha se transformado em um obstáculo para a segurança no país. Os problemas no Iraque, incluindo a morte de americanos e o altíssimo custo da guerra, se transformaram no principal argumento de vários generais de reserva das Forças Armadas dos EUA para exigir a renúncia do secretário de Defesa, Donald Rumsfeld. Segundo esses críticos, Rumsfeld age com prepotência, não ouve seus subordinados e cometeu muitos erros em sua gestão no Iraque. Na segunda-feira, entretanto, Rumsfeld se mostrou confiante de que as críticas contra ele logo cairão no esquecimento.

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