06 de julho de 2020 | 19h08
Atualizado 06 de julho de 2020 | 21h53
WASHINGTON - Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira, 6, que suspenderão vistos para estudantes estrangeiros cujas aulas sejam transferidas para um formato virtual devido à pandemia de covid-19.
O presidente Donald Trump - que está buscando a reeleição em novembro - tem um discurso contra a imigração irregular e recentemente suspendeu a maioria dos vistos de imigração, afirmando que dessa maneira protege o emprego dos americanos da crise causada pelo coronavírus.
O Departamento de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos disse em comunicado que os estudantes com vistos F-1 e M-1 cujas escolas operam apenas online "devem sair do país ou tomar outras medidas, como a transferência para uma escola com instrução presencial". Caso contrário, os estudantes correm o risco de serem expulsos.
De acordo com o novo regulamento, quando os estudantes estiverem em um centro com um modelo misto, eles terão de provar que estão matriculados no número máximo de cursos presenciais para preservar seu visto.
O ICE (serviço de imigração e alfândegas) indicou que o Departamento de Estado "não emitirá vistos de estudante para pessoas afiliadas a programas totalmente on-line para os semestres do outono" (no hemisfério norte) e que esses estudantes não terão permissão para entrar no país.
Os Estados Unidos - o país com mais mortes por coronavírus no mundo, com mais de 130 mil óbitos - também suspenderam até o fim de 2020 a entrega de vistos de trabalho para proteger o emprego.
Muitas universidades e centros de ensino não retomarão as aulas presenciais quando o próximo ano letivo começar em setembro, enquanto ainda não há vacina contra o COVID-19 e os casos estão aumentando devido ao aumento de infecções no sul e no oeste do país.
No ano acadêmico de 2018 e 2019, havia mais de um milhão de estudantes estrangeiros nos Estados Unidos, de acordo com o Instituto de Educação Internacional (IIE).
Isso representa 5,5% do total de estudantes de ciclos mais altos do país, indicou o IIE que estimou que essa população contribuiu com 44,7 bilhões de dólares para a economia americana em 2018.
O maior número de estudantes vem da China, seguido pela Índia, Coreia do Sul, Arábia Saudita e Canadá.
Um estudo publicado pelo Journal of the American Medical Association mostrou que o número de médicos de países principalmente muçulmanos que viajaram para os Estados Unidos para prosseguir seus estudos caiu 15% durante o governo Donald Trump. / AFP
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