EUA têm contratos com aliados de grupos insurgentes

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CENÁRIO: Tony Capaccio / Bloomberg

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Simpatizantes do Taleban e da Al-Qaeda no Afeganistão têm conseguindo contratos militares americanos e algumas autoridades dos EUA citam "razões legais" para não cancelar os acordos, segundo uma agência independente de monitoramento de gastos.

O Escritório de Suspensão e Exclusão do Exército dos EUA recusou-se a agir em 43 desses casos, disse John Sopko, o inspetor especial para a reconstrução do Afeganistão numa carta anexa a um relatório trimestral ao Congresso.

"Estou profundamente preocupado com o fato de as forças americanas poderem perseguir, atacar e matar terroristas e seguidores, mas alguns no governo dos EUA acreditam que não podemos evitar que essas mesmas pessoas recebam um contrato do governo", disse Sopko.

Os EUA têm 60 mil soldados no Afeganistão e pretendem reduzir esse número para 34 mil até fevereiro. O presidente Barack Obama não decidiu quantos manter no país até 2014 para treinar forças afegãs e se engajar em missões antiterroristas. Sopko manifestou dúvidas de que os EUA conseguirão manter uma supervisão efetiva de bilhões de dólares em gastos de reconstrução enquanto as forças são retiradas. O governo Obama requisitou US$ 10,7 bilhões para isso no ano fiscal de 2014 para cobrir projetos, que vão de melhorar o governo a construir estradas e escolas.

"A menos que o governo americano melhore suas políticas e práticas de supervisão de contratos, muita coisa será desperdiçada", descreveu Sopko.

Segundo o relatório, a agência de Sopko "considerou impossível confirmar" o número de contratos concedidos num programa de US$ 32 milhões para instalar barricadas, barras ou grades em galerias em aproximadamente 2.500 locais afegãos para impedir que insurgentes instalem bombas de beira de estrada. Os explosivos são os principais destruidores de vidas de soldados americanos e afegãos. A política de criar um Exército afegão eficiente, que tem 185.287 soldados, "permanecerá inócua a menos que Washington dê igual atenção às atividades apropriadas de contratação e aprovisionamento para sustentar essas forças", disse Sopko.

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Ele disse que tem "consciência do ambiente de guerra no qual os fornecedores operam no Afeganistão, mas isso não pode explicar a desconexão nem desculpar as falhas".

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