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EUA tentam manipular resultados eleitorais no Haiti, denuncia Cuba

Por Agencia Estado
Atualização:

Um jornal cubano administrado pelo Partido Comunista local acusou os EUA de manipular os resultados das eleições presidenciais no Haiti em um editorial veiculado nesta terça feira, seguindo dia consecutivo de manifestações violentas no país caribenho. O PC também responsabilizou Washington e as tropas estrangeiras presentes no país caribenho pela violência. "O que vem ocorrendo no Haiti não surpreende. Não se trata da primeira vez em que os Estados Unidos intervêm nos destino do Haiti nem a primeira vez que manipulam descaradamente, de acordo com sua conveniência, os resultados de eleições num outro país", dizia o Granma. O pleito transcorreu pacificamente, sendo que 60% dos eleitores inscritos participaram, prosseguiu o diário oficial do Partido Comunista de Cuba. Entretanto, a divulgação dos resultados começou a demorar e a porcentagem inicial em favor do candidato René Préval começou a cair, apesar de ter obtido a metade dos votos, relatou o Granma. "As eleições haitianas, postergadas durante meses com anuência norte-americana, caiu sob o manto da manipulação e da suspeita", denunciou o Granma. Segundo o jornal, a falta de transparência é uma imposição dos Estados Unidos porque o ex-presidente "Préval não é do agrado da Casa Branca por seus vínculos passados com o presidente deposto Jean-Bertrand Aristide, tirado do poder pela força das tropas americanas e enviado a um exílio forçado". Préval goza de grande prestígio no Haiti por ser considerado um presidente que governou para o povo quando esteve no poder. Ontem, pelo menos uma pessoa morreu nas manifestações de rua para que ele seja empossado. O jornal também acusou as tropas da ONU, lideradas pelo exército brasileiro, de abrir fogo contra a população. "Toda a responsabilidade cairá sobre o governo americano e as tropas de ocupação, que não hesitam em atirar contra as pessoas" Dezenas de testemunhas disseram nesta segunda-feira que tropas da ONU atiraram de jipes em direção à multidão, matando duas pessoas e ferindo várias em Porto Príncipe. Um porta-voz da ONU negou a acusação, mas em seguida admitiu que os soldados deram tiros de aviso para o alto, provocando disparos entre os manifestantes como reação.

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