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EUA teriam desperdiçado verba na reconstrução do Iraque

Mais de um de cada seis dólares gastos pelos EUA no país não tinham justificativa

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo americano desperdiçou cerca de US$ 10 bilhões da ajuda para a reconstrução do Iraque devido a cobranças superfaturadas por parte de empresas contratadas e a despesas não justificadas, segundo o Escritório de Supervisão do Governo (GAO). Falando ao Comitê de Supervisão e Reformas da Câmara de Representantes (deputados), David M. Walker, controlador-geral da GAO - o braço de supervisão do Congresso-, disse nesta sexta-feira, 16, que mais de um de cada seis dólares pagos a empresas contratadas americanas não tinham justificativa, ou sua necessidade era duvidosa. Dos US$ 10 bilhões em contratos superfaturados ou despesas não justificadas, mais de US$ 2,7 bilhões foram pagos à Halliburton. A empresa, questionada por seus contratos no Iraque, é acusada de receber tratamento preferencial por parte do Governo devido a seus laços com o vice-presidente Dick Cheney, que foi um de seus diretores. Este é o segundo relatório em quinze dias divulgado nos Estados Unidos apontando desperdício de quantias milionárias na ajuda para a reconstrução do Iraque. Em 31 de janeiro, o Escritório do Inspetor Geral para a Reconstrução do país árabe divulgou uma análise na qual afirmava que muito dinheiro havia sido desperdiçado, como os US$ 43,8 milhões pagos pelo Departamento de Estado à DynCorp International por um acampamento residencial para a formação de policiais que está vazio. Em seu estudo, a GAO analisa o destino de US$ 57 bilhões em contratos para o Iraque, e aponta que funcionários dos departamentos de Estado e de Defesa permitiram o repetido atraso de diversos trabalhos, e exageraram despesas e pagamentos por trabalhos de má qualidade. "Não há responsabilidade alguma", disse Walker. "As organizações e os indivíduos responsáveis por revisar os contratos não são responsabilizados" por nada. "As pessoas devem ser premiadas quando fazem um bom trabalho, mas quando as coisas não saem bem, tem que haver conseqüências", afirmou Walker. O controlador-geral da GAO também lamentou que os analistas de seu organismo tenham tido dificuldades para conseguir alguns detalhes e precisões sobre os contratos da reconstrução. O depoimento de Walker ao Comitê de Supervisão e Reformas da Câmara de Representantes aconteceu semanas antes de o Congresso debater o pedido do presidente George W. Bush de US$ 100 bilhões a mais para as guerras no Iraque e no Afeganistão.

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