EUA teriam financiado opositores na Síria, segundo WikiLeaks

Documentos divulgados pelo site indicam que Washington deu auxílio à rede de TV ligada à [br]oposição do regime sírio

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Por Gustavo Chacra
Atualização:

CORRESPONDENTE / NOVA YORKEm meio à intensificação dos protestos contra o regime de Bashar Assad em diversas cidades da Síria, foram divulgados por meio do WikiLeaks documentos do Departamento de Estado dos EUA indicando que o governo americano financiava opositores sírios. Desde 2006, de acordo com os documentos que foram repassados ao Washington Post, os EUA concederam cerca de US$ 6 milhões para uma rede de TV denominada Barada, que é ligada a grupos opositores em Londres. O governo americano também teria financiado atividades da oposição dentro da Síria, mas não há informações sobre se esse apoio ainda ocorre.O regime sírio utilizou os órgãos de imprensa estatais para repercutir a informação de que os EUA apoiam a oposição, com a agência de notícias Sana colocando a capa do Washington Post em seu site. Desde o início dos levantes, Assad vem dizendo que as manifestações são uma sabotagem organizada por forças estrangeiras. Apesar de uma aproximação nos últimos anos, as relações dos dois países é fria. Mesmo depois de Assad se comprometer a levantar nas próximas semanas o estado de emergência, vigente desde 1963, os protestos continuaram ontem. Dezenas de milhares de manifestantes tomaram a praça principal de Homs, uma das maiores cidades da Síria. O protesto em Homs ocorreu um dia depois de 14 manifestantes terem sido mortos por forças de segurança do regime, segundo relatos de opositores. Ao todo, mais de 200 morreram desde o início dos levantes. O governo nega envolvimento nas mortes e não há confirmação independente. Durante a manifestação em Homs, de onde veio grande parte dos imigrantes sírios para o Brasil, a população pedia a queda de Assad, em uma intensificação das reivindicações.

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