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EUA usam armas como ''''isca'''' para matar rebeldes

Soldados de elite revelam que eram orientados a colocar armamento e [br]munição para atrair iraquianos e a atirar em quem recolhesse o material

Por AP e REUTERS E NYT
Atualização:

Bagdá - Seguindo ordens do Pentágono, os atiradores de elite do Exército americano estão usando um novo método para matar supostos insurgentes no Iraque. Eles colocam munição, cordas, armas e explosivos falsos como uma espécie de isca e matam os iraquianos que apanham esses materiais. A prática, que ficou conhecida como "operação de isca", foi revelada ontem pelo jornal Washington Post, que teve acesso a documentos secretos do julgamento de três franco-atiradores. Eles são acusados de matar homens desarmados, entre abril e junho, em Iskandria, a 25 quilômetros de Bagdá, e também de plantar falsas evidências nas cenas dos crimes. Os atiradores não negam ter matado os iraquianos, mas alegam que as mortes foram autorizadas pelos seus superiores. "A operação consistia em colocar um objeto que sabíamos que eles iriam usar, com a intenção de destruir o inimigo", disse o capitão Matthew Didier, líder de um pelotão de atiradores. "Nós basicamente colocávamos um item e observávamos. Se alguém apanhasse o objeto e tentasse sair do local com ele, era atacado, já que havia um sinal de que usaria esse item contra as forças dos EUA." O porta-voz militar Paul Boyce disse que o Exército não discute publicamente "métodos que tenham combatentes inimigos como alvo", mas negou a existência de operações "que autorizem a morte de cidadãos locais ou permitam o uso de iscas para justificar o assassinato". Não há informações sobre quantas pessoas foram mortas com o uso dessas iscas, nem em que áreas do Iraque elas estão sendo utilizadas. ENCONTRO FRUSTRADO Um suicida invadiu ontem um encontro de conciliação entre xiitas e sunitas em Baquba (a 60 quilômetros de Bagdá) e detonou os explosivos que carregava, matando pelo menos 26 pessoas, incluindo o chefe da polícia local. Mais de 50 ficaram feridas. O Irã fechou ontem sua fronteira com o Iraque na região semi-autônoma do Curdistão, no norte iraquiano. A medida foi tomada em represália à prisão de um iraniano no Iraque, na semana passada, acusado de fornecer armas aos insurgentes iraquianos.

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