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EUA usam nova bomba no Afeganistão

Por Agencia Estado
Atualização:

Um militar norte-americano e dois afegãos leais ao novo governo de Cabul morreram ontem, em uma das maiores ofensivas aérea e terrestre contra os redutos do Taleban e da Al-Qaeda no leste do Afeganistão, submetidos a um intenso bombardeio desde sexta-feira, informou o Pentágono. Vários militares das tropas dos Estados Unidos também ficaram feridos nos ataques nas montanhas da região de Gardez contra combatentes taleban e membros da rede terrorista Al-Qaeda, de Osama bin Laden, acusado pelos EUA de ser o mentor dos atentados de 11 de setembro contra Washington e Nova York. Segundo o comandante Ralph Mills, porta-voz do Comando Central militar dos EUA, na Flórida, os efetivos das forças inimigas no sul de Gardez são estimados em "várias centenas e não entre 4.000 e 5.000, como informaram os meios de comunicação. Seis países, além dos aliados afegãos e EUA - Austrália, Canadá, Dinamarca, França, Alemanha e Noruega - estão envolvidos nas operações de combate iniciadas sábado em Gardez, leste do Afeganistão, anunciou ontem o Comando Central. Os EUA utilizaram sábado pela primeira vez uma nova bomba do tipo termobárica, capaz de perfurar o concreto, durante um ataque em Gardez, revelou ontem uma fonte militar. A bomba termobárica BLU-118S estava entre as mais de 80 bombas lançadas por aviões americanos ao sul da cidade afegã de Gardez, onde os serviços de inteligência descobriram uma concentração de combatentes taleban e da Al-Qaeda. A bomba, que pertence à categoria das chamadas munições consumidoras de oxigênio, é capaz de penetrar profundamente no subsolo, atravessando o concreto, e explodir sobre seu alvo, disseram especialistas. Esta bomba produz "uma primeira explosão que lança aerossóis inflamáveis através do complexo subterrâneo. Depois, a segunda explosão incendeia o combustível", disse o capitão Matthew Lee à agência France Presse. Segundo especialistas, uma vez detonada, a bomba produz rápidas ondas expansivas contra qualquer coisa perto do epicentro da nuvem de gases combustíveis e é capaz de causar um enorme dano muito além da área imediata do alvo. O Pentágono reconheceu ontem que os combates nas elevadas e nevadas montanhas e nas cavernas eram intensos. Sitiadas nas montanhas de Arma, as forças da Al-Qaeda resistiam com violência informaram soldados do novo governo afegão. Segundo eles, no sábado as forças envolvidas nas ofensivas foram obrigadas a retroceder por causa de disparos de obuses e de mísseis das forças inimigas. Enquanto isso, cerca de 90 prisioneiros da base americana de Guantánamo, Cuba, negaram-se hoje a alimentar-se apesar das conversações entre o comando do campo e os 300 homens presos no Afeganistão. Segundo o governo norte-americano, a greve de fome havia começado na quarta-feira, quando 154 prisioneiros se recusaram a comer por causa da proibição de usar turbante. Os militares americanos temiam que os presos pudessem esconder algum tipo de arma sob o turbante. Aparentemente, alguns prisioneiros prosseguiram com a greve de fome temerosos sobre seu futuro, disse o porta-voz militar capitão Alan Crouch. Segundo ele, o general Michael Lehnert, comandante do campo, conversou com os presos diretamente ou por meio de intérpretes e lhes garantiu que seriam igualmente tratados e julgados. Washington recusou-se a conceder-lhes o status de prisioneiros de guerra.

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