EUA usaram Etiópia para ataques à Al-Qaeda, diz jornal

A operação incluiu o uso de uma pista de aterrissagem no leste etíope para a realização de ataques aéreos contra terroristas islâmicos na Somália

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Por Agencia Estado
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As Forças Armadas americanas usaram bases na Etiópia no mês passado para capturar ou matar líderes da Al-Qaeda que atuam no Chifre da África, publicou nesta quinta-feira, 22, o jornal New York Times em sua página na internet, citando como fontes autoridades dos EUA. Segundo o jornal, a operação incluiu o uso de uma pista de aterrissagem no leste da Etiópia para a realização de ataques aéreos contra terroristas islâmicos na Somália, país vizinho. De acordo com as fontes, fazia parte do relacionamento clandestino com a Etiópia a troca de informações sobre as posições dos terroristas e dados coletados por satélites espiões norte-americanos. A operação ficou a cargo da Força Tarefa 88, uma unidade de operações especiais dos EUA que foi enviada para a Etiópia e o Quênia, mas que entrou na Somália também. A Etiópia negou as informações. "A Etiópia não forneceu nenhuma base aérea para que os americanos atacassem a Somália", disse Bereket Simon, assessor do premiê etíope Meles Zenawi. "O New York Times fabricou essa história e, se está citando alguma autoridade do Pentágono, essa autoridade não tem o menor conhecimento da região ou da Etiópia", disse Simon. O porta-voz do Pentágono, Bryan Whitman, não quis discutir os detalhes da operação com o New York Times, mas o jornal disse que algumas pessoas concordaram em dar informações sobre a operação porque a consideraram relativamente bem-sucedida. Elas disseram que a campanha destruiu redes de terrorismo na Somália e levou à morte ou à captura de vários militantes islâmicos. A missão foi em apoio à incursão dos soldados etíopes no território somali, para ajudar o governo a expulsar o movimento militante islamita. Segundo o jornal, o governo dos EUA não quis endossar oficialmente a invasão, mas fontes de várias agências disseram que a administração Bush concluiu no ano passado que a incursão era a melhor forma de tirar os islâmicos do poder. Os EUA procuram dois líderes da Al-Qaeda - Fazul Abdullah Mohammed e Fahid Mohammed Ally Msalam -, suspeitos de envolvimento nos ataques às embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia em 1998. A operação secreta no Chifre da África é um exemplo da abordagem mais agressiva do Pentágono, enviando soldados de tropas de Operações Especiais à caça de suspeitos de terrorismo. O New York Times disse que soldados etíopes vêm recebendo treinamento dos EUA há vários anos em acampamentos perto da fronteira com a Somália.

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