EUA usarão mais inteligência do que força contra Bin Laden

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Por Agencia Estado
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Ao iniciar hoje um giro pelo Oriente Médio e Ásia Central com o objetivo de fortalecer a coalizão antiterrorista liderada pelos Estados Unidos, o secretário da Defesa americano, Donald Rumsfeld, declarou que as tarefas de inteligência, mais que as ações militares, serão a chave para neutralizar a rede Al-Qaeda, do saudita Osama bin Laden. Rumsfeld fará escalas na Arábia Saudita, Omã, Egito e Usbequistão. "Um míssil de cruzeiro ou um bombardeio não serão fatores determinantes", insistiu em entrevista no avião, já a caminho de Riad, a capital saudita. "Vai ser uma guerra de informação de alguma pessoa em algum país subjugado por um regime ditatorial. Isso vai nos dar as condições necessárias para arrancar a rede (Al-Qaeda) pela raiz e acabar com ela", disse ele sem entrar em detalhes. Coincidindo com a chegada do chefe do Pentágono a Riad, outro país árabe ofereceu apoio a um ataque militar às bases terroristas no Afeganistão. "Não há nenhuma dúvida de que temos um relacionamento militar (com os EUA)", disse o líder do Catar xeque Hamad bin Khalifa al-Thani, por telefone ao secretário de Estado, Colin Powell. Rumsfeld ressaltou que não pretende "negociar nada" com os líderes dos países que visitará. "Vamos apenas dizer que estamos comprometidos numa longa luta que só terá êxito com a ajuda dos países da região." Base - Mas Rumsfeld e outros assessores dele no Pentágono têm subestimado as reiteradas negativas da Arábia Saudita em ceder a Base Aérea Príncipe Sultan para operações de retaliação contra o Afeganistão. Essa base é considerada fundamental pelos estrategistas militares americanos. "Nós apresentamos o pedido aos sauditas e eles devem responder", disse Powell. "Rumsfeld e os sauditas deverão debater o que pode ser feito - seja o que for..." Rumsfeld destacou que não vai compartilhar com ninguém mais evidências sobre o envolvimento de Bin Laden nos atentados. "Não estou levando nada. E não creio que precise e também que alguém peça isso - exceto o Taleban." Ele disse que "levará" as mesmas mensagens aos governos do Cairo e de Mascate (Omã). No Usbequistão, que faz divisa com o Afeganistão e prometeu apoio logístico aos EUA, ele pretende pedir autorização para instalar uma base para forças especiais. Segundo o Washington Post, Rumsfeld já pôs em estado de alerta mil homens da 10ª Divisão de Montanha em Fort Drum, Nova York.

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