EUA vão rever uso de seguranças

Anúncio de Condoleezza é feito no dia em que Bagdá responsabiliza empresa americana por morte de civis

PUBLICIDADE

Por Nyt e Reuters
Atualização:

O governo americano anunciou ontem que vai rever o uso de seguranças particulares para proteger diplomatas no Iraque. A decisão foi tomada após um tiroteio em Bagdá, no domingo, envolvendo guardas da companhia americana Blackwater, em que ao menos 11 pessoas morreram. O incidente revoltou os iraquianos e abriu uma crise entre os governos do Iraque e dos Estados Unidos. A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, disse ontem ter ordenado uma "revisão completa de como se está conduzindo nossa segurança". Ela afirmou, porém, que isso não impedirá que as missões diplomáticas continuem a visitar o Iraque porque elas são fundamentais para que os objetivos dos EUA no país sejam cumpridos. A declaração de Condoleezza coincide com um relatório do Ministério do Interior do Iraque, que concluiu que os funcionários da Blackwater foram responsáveis pela morte de pelo menos oito civis durante o tiroteio de domingo. Segundo o documento, "a companhia Blackwater é considerada 100% culpada". Responsáveis pela segurança de diplomatas americanos, os guardas particulares são acusados de usar violência excessiva, sem respeitar leis nacionais e internacionais. Apesar da acusação do ministério, os diplomatas americanos voltaram ontem a circular fora da Zona Verde sob a proteção dos homens da Blackwater. Como a atividade da empresa havia sido suspensa após o incidente, as autoridades estavam confinadas na Zona Verde, a área superprotegida de Bagdá. Os seguranças da Blackwater teriam, segundo o relatório, atirado num homem que não parou num bloqueio na Praça Nisur, no centro da capital. Em seguida, dispararam contra uma mulher que estava gritando no mesmo carro. As mortes espalharam pânico entre os iraquianos na área e deram início ao tiroteio. A empresa alegou que seus funcionários agiram em defesa própria ao cair numa emboscada. O ministério propôs mudar completamente a forma como é feita a segurança dos diplomatas no país, invalidando uma lei (criada durante o governo provisório) que dá imunidade aos guardas particulares perante a legislação iraquiana.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.