EUA veem cenário na Venezuela como 'alarmante'

Vice americano, Joe Biden, afirma a jornal chileno que governo de Nicolás Maduro inventa conspirações para desviar foco de crise

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Por SANTIAGO
Atualização:

O vice-presidente americano, Joe Biden, qualificou a situação política e social da Venezuela de "alarmante". Em entrevista publicada ontem pelo jornal chileno

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El Mercurio, Biden acusou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de inventar conspirações de Washington para desviar a atenção dos problemas do país sul-americano.

Maduro enfrenta, há várias semanas, protestos estudantis em todo o país e alega que eles são uma tentativa de "provocadores de extrema direita" para derrubá-lo. Os protestos têm reunido sobretudo pessoas de classe média fartas da inflação que atingiu 56% no ano passado e uma das taxas de criminalidade mais altas do mundo.

Segundo Biden, a situação na Venezuela "remonta a épocas passadas, quando homens fortes governavam usando a violência e a opressão". Maduro convocou rede de rádio e televisão para rechaçar as declarações do americano. "Por que Joe Biden se volta contra a Venezuela ao chegar ao Chile? Porque sabe que a tentativa de golpe de Estado com vandalismo se apagou e quer dar ânimo aos golpistas", bradou Maduro. Biden e Maduro participarão, amanhã, da posse de Michelle Bachelet como presidente do Chile.

No fim de semana, milhares de estudantes e oposicionistas voltaram às ruas de Caracas e outras cidades. No centro da capital, eles levaram panelas vazias para protestar conta a escassez de alimentos no país. A Guarda Nacional foi mobilizada para impedi-los de chegar ao Ministério da Alimentação.

O chanceler da Venezuela, Elías Jaua, por sua vez, afirmou que a "provocação" de opositores venezuelanos violentos não conseguiu provocar "uma guerra civil" graças à "vocação pela paz da imensa maioria" do país. Em entrevista à Televén, disse que os que combatem o presidente com violência não conseguiram seu propósito.

O chanceler observou que a via armada entre seguidores e adversários da chamada Revolução Bolivariana, iniciada pelo presidente Hugo Chávez (1999-2013) e continuada por seu sucessor eleito pelas urnas há 11 meses, é rechaçada pela "maturidade, a consciência e a vocação de paz da imensa maioria dos venezuelanos".

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Em meio às tensões que existem entre a Venezuela e o Panamá depois do rompimento de relações, na semana passada, Jaua declarou que da dívida de mais de US$ 1 bilhão de dólares que o governo venezuelano tem com o Panamá, 90% são "fraudulentos".

Segundo o chanceler, o Panamá pretende dar um "desfalque" no governo venezuelano "com mercadoria que nunca saiu" do país e, agora, pretende cobrá-la como uma dívida em dólares". O chanceler disse que as autoridades iniciaram ações penais contra os empresários locais implicados nessas operações.

A Venezuela rompeu relações com o Panama depois de o país convocar, na semana passada, uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) para tratar da crise venezuelana.

/ AP e EFE

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