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EUA veem dificuldade para acordo nuclear com Irã até fim de março

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Evento pretendia chamar a atenção para a fragilidade dos corpos de quem se locomove de bicicleta Foto: Sebastião Moreira/EFE

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse ser difícil que um acordo seja fechado entre o Ocidente e o Irã para suspensão do programa nuclear até o final de março e respondeu aos questionamentos do Irã sobre a capacidade do presidente Barack Obama de implementar tal acordo.

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"Obtivemos algum progresso, mas ainda há lacunas, lacunas importantes e escolhas importantes que precisam ser feitas pelo Irã a fim de que possamos avançar", afirmou Kerry em entrevista concedida no resort de Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho. "A proposta das negociações não é obter qualquer tipo de acordo", acrescentou.

Os Estados Unidos e autoridades iranianas estabeleceram a data de 31 de março para chegar a um acordo que detalharia uma agenda para que o Irã encerre seu programa nuclear em troca da suspensão das sanções aplicadas pelos países ocidentais. De acordo com Kerry, apenas um acordo negociado garantiria sua sustentação e com uma data limite tão próxima não poderia assegurar que um acordo seria fechado.

Em resposta as reservas declaradas esta semana pela figura política mais influente do Irã, o líder supremo Aiatolá Khamenei, quanto à capacidade de Obama executar o acordo diante da manifestação de 47 senadores republicanos, Kerry disse que tais legisladores estão errados. Os senadores escreveram uma carta aberta para Teerã dizendo que o Congresso será responsável por uma decisão final.

"Deixaremos claro ao Irã que, do nosso ponto de vista, esta carta está incorreta em suas declarações", disse. "Até onde sei, o Congresso não tem habilidade para alterar qualquer acordo fechado pelo executivo", acrescentou.

Kerry ingressará em uma semana de negociações com sua contraparte iraniana, Javad Zarif, na cidade suíça de Lausanne a partir de domingo à noite.

O Aiatolá Khamenei questionou, durante discurso na quinta-feira, se o sistema político norte-americano permitiria tal acordo. O clérigo é considerado pelos Estados Unidos o árbitro para a diplomacia nuclear e outras questões de segurança. "Os senadores oficialmente anunciaram que quando este governo sair, seus compromissos serão anulados", disse Khamenei.

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Kerry disse ser muito cedo para saber se o comentário do líder supremo afetaria negativamente a diplomacia e as esperanças de chegar ao acordo até o final de março. Kerry participa da conferência em Sharm el-Sheikh para promover o investimento no Egito. Fonte: Dow Jones Newswire e Associated Press.

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