EUA vêem retirada do Japão como sinal de progresso no Iraque

Para o Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Steve Hadley, a missão das forças japonesas "está sendo completada com sucesso"

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Por Agencia Estado
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O governo dos EUA considerou nesta terça-feira o anúncio da retirada das tropas japonesas do sul do Iraque como um sinal de avanço da progressiva transferência de responsabilidades às forças de segurança iraquianas. A missão das forças japonesas "está sendo completada com sucesso", afirmou o Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Steve Hadley, após lembrar que foi decisão do governo iraquiano assumir o controle da região na qual os japoneses estavam mobilizados. "Portanto, os japoneses estão fazendo agora o que todos faremos com o tempo", acrescentou. Em declarações a bordo do avião "Air Force One", antes de sua chegada a Viena, onde na quarta-feira participará da cúpula anual entre EUA e União Européia (UE), Hadley ressaltou que o Japão "continua sendo muito ativo" no Iraque, onde, por exemplo, se comprometeu a manter suas atividades aéreas e inclusive a ampliá-la. "É preciso ver a retirada das tropas japonesas como uma indicação de progresso e como um passo positivo", ressaltou. Posição japonesa O primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, assegurou que a decisão de retirar as tropas japonesas do país árabe foi tomada em consenso com Estados Unidos, Grã-Bretanha, Austrália e os demais componentes da coalizão militar estrangeira estabelecida em solo iraquiano. Durante entrevista coletiva transmitida ao vivo pela televisão, o chefe de governo disse que, apesar da retirada, o Japão continuará prestando ajuda logística aos Estados Unidos e a seus aliados no Iraque. O Japão possui cerca de 600 militares em Samawa, capital da província iraquiana de Muthana, no sul do Iraque. Expressamente proibidos pela Constituição pacifista japonesa de participar de ações bélicas, eles se dedicam a trabalhos de reconstrução. A missão humanitária do Japão no Iraque representou o maior deslocamento militar feito pelo Exército do país e o primeiro para uma região de combate desde a Segunda Guerra Mundial. De acordo com autoridades japonesas, depois da retirada, o governo pretende expandir as operações aéreas para o Iraque, especialmente para o transporte de militares americanos e de suprimentos médicos. Durante a entrevista coletiva, Koizumi manifestou a esperança de que a missão japonesa no Iraque abra as portas para outras ações similares no futuro. O primeiro-ministro japonês assumiu grande risco político interno ao levar adiante o envio da missão ao Iraque, especialmente por causa da grande oposição dos eleitores locais ao deslocamento. Na semana passada, Koizumi chegou a dizer que os soldados de seu país não seriam retirados do Iraque enquanto ele fosse primeiro-ministro. Seu mandato expirará em setembro. De acordo com as autoridades japonesas, a retirada ocorrerá assim que as condições de segurança permitirem.

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