EUA veem situação positiva no Iraque, apesar de aumento da violência

Número de baixas civis quase dobrou de junho para julho em país ainda sem governo formado

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Por Reuters
Atualização:

WASHINGTON- Oficiais americanos fizeram uma avaliação otimista sobre a situação no Iraque nesta quarta-feira, 11, apesar do país ainda não ter formado um governo cinco meses após as eleições e do aumento da morte de civis em julho.

 

 

"O Iraque está em uma trajetória positiva", disse um analista de segurança do governo dos Estados Unidos a jornalistas na Casa Branca, falando em um dia no qual insurgentes mataram oito soldados iraquianos na província de Diyala e dois policiais em Bagdá.

 

Estes foram os atentados mais recentes às tropas iraquianas, que se preparam para encerrar sua missão de combate até o fim desse mês.

 

O principal comandante americano no Iraque, o general Raymond Odierno, informou o presidente Barack Obama e seu Conselho de Segurança sobre a situação no país nesta quarta. Segundo Odierno, julho foi o terceiro mês mais violento no Iraque desde janeiro de 2004.

 

Washington reconhece a contínua violência mas afirma que ela diminuiu drasticamente desde o pico da guerra sectária em 2006 e 2007, quando milhares de iraquianos foram mortos em um conflito sangrento entre xiitas e sunitas.

 

A violência sectária aumentou desde as eleições parlamentares iraquianas de 2005, quando políticos levaram mais de cinco meses para formar um novo governo.

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Com o início do mês sagrado muçulmano do Ramadã, oficiais americanos afirmaram esperar um aumento da violência, com insurgentes da Al-Qaeda tentando explorar a situação instável no país, ainda sem governo formado após as eleições parlamentares de março.

 

Um outro membro do Conselho de Segurança Nacional afirmou que a Al-Qaeda está tentando "voltar ao jogo" após 34 dos 42 principais líderes do grupo terem sido mortos ou presos nos últimos meses. "Eles foram severamente prejudicados, mas ainda não estão fora de cena", disse.

 

De acordo com o governo iraquiano, o número de baixas civis em explosões diárias, tiroteios e outros ataques quase dobrou, passando de 204 em junho para 396 em julho. 15 soldados e 89 policiais também foram mortos no mês passado.

 

Tropas

 

Os oficiais americanos destacaram o que Washington vê como a crescente capacidade das forças de segurança iraquianas, que serão responsáveis pela segurança do país em 31 de agosto, quando 50.000 soldados americanos passarão para um papel de "treinamento e aconselhamento".

 

Obama prometeu que todas as tropas americanas irão deixar o país até o fim de 2001, sob um acordo de segurança firmado entre os EUA e o Iraque. Alguns militares, contudo, que poderão ser "dezenas ou centenas", ficarão no país para ajudar a treinar as tropas iraquianas.

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